A trágica morte de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”, ocorreu neste domingo (30) em João Pessoa, na Paraíba, após ele invadir a jaula de uma leoa. Esta situação expõe um histórico de vulnerabilidade extrema e problemas de saúde mental não tratados.
De acordo com a delegada Josenice de Andrade Francisco, o jovem tinha **16 passagens** pela polícia, principalmente por pequenos furtos e danos. Ela destacou que Gerson apresentava transtornos mentais evidentes. Na semana anterior à sua morte, houve um pedido de internação psiquiátrica que, segundo ela, não chegou a ser analisado.
Verônica Oliveira, conselheira tutelar que acompanhou Gerson por oito anos, relatou que o jovem frequentemente se apresentava à delegacia espontaneamente. Ela mencionou que Gerson tinha um desejo persistente de ir à África cuidar de leões, mesmo quando os policiais tentavam explicar a distância que o separava desse sonho.
“Você dizia a mim que ia pegar um avião para ir para um safári na África para cuidar dos leões… Dei graças a Deus quando soube que você tinha cortado a cerca e entrado no trem de pouso de um avião”, escreveu ela em seu relato sobre o jovem.
Verônica também comentou sobre as dificuldades que Gerson enfrentou desde a infância. Ele cresceu sem um apoio familiar adequado, sendo filho de uma mãe com esquizofrenia, e viveu em condições de pobreza extrema. A primeira vez que foi levado a um conselho tutelar ocorreu quando a polícia o encontrou sozinho em uma rodovia.
Apesar de ter perdido a guarda aos 10 anos, Gerson mantinha um amor por sua mãe, buscando-a sempre que podia. Dos seus irmãos, foi o único que não conseguiu uma família adotiva, devido ao seu histórico. “A sociedade quer crianças perfeitas”, lamentou Verônica.
Incidente no zoológico
Gerson invadiu a jaula da leoa no Parque Arruda Câmara, conhecido como Bica. Em nota oficial, a Prefeitura informou que ele escalou uma parede de mais de seis metros e superou as barreiras de segurança do recinto.
A administração da cidade está investigando o ocorrido e expressou solidariedade à família da vítima. O zoológico foi fechado imediatamente após o ataque, e as visitas foram suspensas, sem previsão de reabertura.
Esse acontecimento levanta questões importantes sobre saúde mental e a proteção de jovens em situações vulneráveis. O que você pensa sobre este caso? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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