O coach e influenciador Thiago da Cruz Schoba, de 37 anos, conhecido como Thiago Shutz, o Calvo da Campari, foi preso na madrugada de um sábado, em Salto, interior de São Paulo, após a namorada o acusar de agressão e de tentativa de forçar a relação.

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“Eu tenho problema com álcool, eu não deveria ter bebido. Esses são meus erros”, disse o influenciador.

O coach usou a conta no X para negar que tenha tentado estupro. Ele admitiu ter agredido a mulher, mas afirmou que as agressões foram mútuas, ocorrendo por defesa própria.

Ele foi liberado após audiência de custódia e deverá cumprir medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. A vítima, que é a namorada dele, teve a identidade preservada. A reportagem tentou contato com a defesa de Thiago.

Nesta terça-feira, o Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça a reabertura de um processo de 2023 no qual Thiago é acusado de ameaça e violência psicológica contra a atriz Lívia La Gatto e a cantora Bruna Volpi. Os supostos crimes teriam sido cometidos em fevereiro daquele ano nas redes sociais. Na época, a suspensão do processo foi proposta pelo próprio MP e estava condicionada a Thiago não ser processado novamente por quaisquer outros crimes.

Durante o que chamou de “pronunciamento oficial”, o coach negou a violação sexual. “Me imputarem uma tentativa de estupro, que nunca fiz e jamais faria na minha vida, é gravíssimo.” Ele afirma que houve uma discussão e os dois acabaram entrando em luta corporal. No vídeo, ele exibe arranhões. “Estou todo machucado”, diz.

Segundo ele, a namorada viajou de Sorocaba para Salto, onde ele reside, e iriam passar o final de semana juntos. Os dois estavam no quarto quando teria ocorrido uma discussão, segundo sua versão. “Tivemos uma agressão corporal mútua após uma discuss?o muito acalorada quando tentei terminar o relacionamento.” Ele disse que estava sendo agredido e deu um empurrão nela e tentou afastá-la pegando pelo pescoço. “Eu sei que errei”, afirma.

Ele também admitiu que estava bebido. “Eu tenho problema com álcool, eu não deveria ter bebido. Esses são meus erros.” Thiago diz que a mulher sempre demonstrava estar apaixonada por ele e falava em casamento.

O coach também revela detalhes sobre a vida íntima dos dois com referências a “sexo selvagem”, mas diz que era sempre com consentimento de ambos. “O sexo era muito intenso, muito selvagem e muito acalorado, em um nível que praticamente não dá para explicar.”

Frequentemente associado ao movimento conhecido como red pill, um movimento misógino, ele nega exercer liderança. “Não represento nenhum movimento, não sou líder de nada”, diz. No vídeo, o Calvo da Campari reafirma que “não existiu nenhum estupro e nenhuma tentativa de estupro da minha parte. É cruel não falar que é uma barbárie tentar imputar esse tipo de crime contra mim. Estou à disposição da Justiça”.

Como foi a prisão

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), policiais militares foram acionados na noite de sexta-feira para atender a uma ocorrência de violência doméstica na Rua Floriano Peixoto, em Salto. A vítima, de 30 anos, foi encontrada com lesões perto da residência do coach e relatou ter sido agredida pelo companheiro. Schoba foi detido ainda no bairro.

Os dois foram encaminhados ao hospital municipal para atendimento médico e realização de exame de corpo de delito, e depois levados à Delegacia de Itu para prestar depoimento. O caso foi registrado como violência doméstica e lesão corporal.

O que houve em 2023

Em fevereiro de 2023 Schutz viralizou com vídeos em que exemplificava situações de suposta manipulação feminina, o que gerou ampla repercussão negativa. Após ser alvo de sátiras, como o vídeo da atriz e humorista Lívia La Gatto ironizando discursos misóginos, o influenciador reagiu com a frase “processo ou bala”, segundo o MP. Ele também enviou mensagens com ameaças à influenciadora Bruna Volpi.

O caso resultou em uma denúncia por violência psicológica apresentada pelo Ministério Público em março daquele ano. Em novembro de 2023, porém, a Justiça suspendeu o processo por dois anos, mediante proposta do MP, desde que o influenciador não voltasse a ser processado por quaisquer outros crimes durante o período. Nesta ter ligação, o MP solicitou a revogaçao do acordo, e o pedido aguarda manifestação da Justiça.

Estadão Conteúdo

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