Seu pet fica estressado durante jogos de futebol? Veterinário explica

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Assim como em festas de fim de ano ou durante grandes jogos, a agitação em casa e o barulho externo podem deixar os pets muito nervosos. Em dias de Copa do Mundo ou jogos decisivos, cães e gatos costumam sentir o estresse com gritos, música alta, buzinas, fogos e até explosões de explosivos artificiais nas redondezas.

Richardson Zago, especialista em comportamento canino, destaca que há um aumento claro de sinais de estresse, especialmente em cães. “Os tutores, às vezes, acham bonito ver o animal agitado, mas na prática muitos deles estão sofrendo.”

[Imagem grande ilustrando o tema]

gato com dono assistindo jogo de futebol

Os pets não comemoram. O estresse pode se manifestar de maneira diferente em cada um, especialmente entre cães e gatos. Confira como identificar os sinais em cada caso e como agir para reduzir o desconforto.

Cães

  • Tremores e musculatura rígida;
  • Cauda baixa, orelhas para trás e corpo encolhido;
  • Bocejos excessivos, lambedura de focinho e de patas;
  • Tentativas de se esconder embaixo de móveis, no banheiro, no box ou atrás do tutor;
  • Vocalização exagerada: latidos, choramingos ou uivos;
  • Hiperatividade sem objetivo: fica andando de um lado para o outro;
  • Apego exagerado ao tutor, buscando colo o tempo todo;
  • Em casos mais graves, pode haver comportamentos destrutivos ou agressividade por medo.

Gatos

  • Se escondem e não voltam a sair de debaixo da cama ou do armário;
  • Pupilas dilatadas, orelhas para trás e corpo encolhido;
  • Ficam imóveis, atentos ao que acontece ao redor;
  • Se lamberem demais, chegando a arrancar pelos;
  • Mudanças no banheiro: podem urinar ou defecar fora da caixa por medo;
  • Em situações extremas, podem arranhar ou morder se forçados a sair do esconderijo.

“Tudo isso são formas de o animal dizer: ‘Eu não estou lidando bem com esse ambiente’. O grande ponto é que não é manha nem frescura, é medo real”, alerta.

O que fazer nesses casos?

O especialista recomenda que o tutor aja de forma calma, sem elevar o tom de voz, para não aumentar a ansiedade. Levar o animal para um ambiente com menos estímulos, evitar contato forçado e, se ele buscar afeto, oferecer com suavidade. Direcionar o foco para atividades agradáveis pode ajudar, mesmo que o animal resista no ápice do medo.

pet cachorro se escondendo por medo

É essencial evitar atitudes que agravem o sofrimento. “Nunca brigar, gritar ou punir por medo. Além do barulho, o tutor não pode adicionar bronca”, orienta. Por outro lado, forçar o animal a ganhar coragem também é problema.

“Não deixá-lo sozinho em quintal, varanda ou áreas externas. Muitos casos de fuga e acidentes acontecem porque o animal tenta escapar do estímulo que assusta. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre acolher e não reforçar o pânico: mostrar, pela linguagem corporal e pela rotina, que, apesar do barulho, está tudo sob controle”, comenta.

Prevenir é a melhor solução

Para o profissional, a preparação deve começar dias antes do jogo. A ideia é transformar a casa em um ambiente previsível e seguro para o animal. Crie um refúgio tranquilo com brinquedos e petiscos para reforçar associações positivas. Leve o pet para esse espaço com antecedência para que associe ao ambiente de forma positiva.

No dia da partida, mantenha a rotina o mais estável possível: passeios, horários de alimentação e pouca mudança de ambiente. Feche portas e janelas, ligue o ventilador e, se possível, ajuste o volume da TV para ajudar a mascarar os ruídos externos.

Talvez seja hora de procurar ajuda

Em alguns casos, vale consultar um veterinário. “Nem todo animal precisa de medicamento, mas há situações em que o medo é intenso o suficiente para exigir apoio médico, pois o animal está realmente sofrendo.”

  • O pet entra em pânico sempre que há fogos, gritos ou barulho alto;
  • Sinais físicos preocupantes: salivação excessiva, tremores constantes, taquicardia, vômitos, diarreia, queda de apetite;
  • O animal se machuca tentando fugir ou se esconder;
  • O medo é tão grande que ele permanece sem relaxar, deitar ou beber água por longos períodos;
  • Já houve histórico de fuga ou acidente em datas anteriores.

Segundo ele, é possível usar, de forma pontual, ansiolíticos ou calmantes em dias mais críticos, sempre com prescrição e dose correta. Também pode ser adotado um protocolo mais longo de dessensibilização e contra-condicionamento, especialmente para fobia a sons.

“O medicamento não substitui treino e manejo, mas pode ser um aliado para que o animal não sofra e para os exercícios de reabilitação comportamental. Nunca deve ser decidido pelo tutor, nem com remédios humanos. Cada caso precisa de avaliação”, conclui.

E você, já percebeu sinais de estresse no seu pet durante jogos ou festas? Compartilhe nos comentários como você lida com isso no dia a dia e que dicas já funcionaram com o seu animal.

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