Na última segunda-feira, Johel Zelaya, o procurador-geral de Honduras, fez um apelo às agências de segurança e à Interpol para que cumpram o mandado de prisão contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández. Esse mandado surge logo após Hernández receber um indulto do presidente dos EUA, Donald Trump.
Zelaya informou que instruiu a Atic (Agência Técnica de Investigação Criminal) a agir, destacando a relevância do apoio internacional, especialmente da Interpol, na execução do mandado de prisão. Hernández foi condenado por seu envolvimento no tráfico de drogas, especificamente por ajudar a transportar toneladas de cocaína para os EUA. Após deixar a presidência em 2022, ele se tornou alvo de um pedido de extradição, que foi atendido pela atual presidente Xiomara Castro.
Este assunto se agrava num momento em que os hondurenhos aguardam a contagem oficial dos votos das eleições presidenciais, que enfrentou vários problemas técnicos. Trump havia mostrado apoio ao candidato Nasry “Tito” Asfura, do Partido Nacional, incentivando a população a votar nele. Com quase todo o voto apurado, Asfura liderava a disputa por uma margem estreita sobre Salvador Nasralla, do Partido Liberal.
Uma vitória de Asfura poderia abrir espaço para o retorno de Hernández à Honduras, o que geraria reações diversas, já que Nasralla focou sua campanha na luta contra a corrupção, e afirmou que Hernández havia lhe roubado a eleição de 2017. A posição de Hernández como aliado dos EUA na luta contra o tráfico de drogas foi negada por ele, que sempre sustentou que não havia cometido irregularidades.
Trump anunciou a intenção de perdoar Hernández poucos dias antes das eleições, tornando a situação ainda mais complexa. Após ser indultado em 28 de novembro, Hernández foi libertado no dia 1º de dezembro, após cumprir pena de 45 anos em Nova York por tráfico de drogas e comércio ilegal de armas. Ele foi detido em fevereiro de 2022, menos de três semanas após deixar a presidência.
Trump justificou sua decisão, dizendo que os hondurenhos pediram o perdão e que, ao analisar o caso, concluiu que Hernández tinha sido tratado injustamente. As acusações contra ele se ligam a um grande esquema de desvio de verbas públicas, que também envolveu outras figuras públicas.
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