O Mapa de Segurança Pública de 2025 aponta um cenário alarmante: quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil, o que equivale a uma morte a cada oito horas. Com mais de 1.400 feminicídios em 2024, o Levante das Mulheres Vivas na Bahia organiza protestos em todo o país. Em Salvador, a mobilização acontece neste domingo, 14 de dezembro, com concentração às 9h no Cristo da Barra e caminhada até o Farol, ponto turístico da cidade.
A campanha divulga nas redes sociais as faces de mulheres comuns para inspirar a participação de outras colegas, amigas e familiares. Pela Bahia, o grupo Levante das Mulheres Vivas no estado convoca o ato que começa às 10h, partindo do Cristo da Barra em direção ao Farol.
Sandra Muñoz, moradora de Salvador há mais de 37 anos, lidera o Levante no estado e atua na defesa de mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. Ela destaca a importância deste momento e o impacto da mobilização na luta contra a violência de gênero.
“O que impacta agora é o cansaço das mulheres diante de mortes e assassinatos. Quando vão para a rua, é nesse sentido”, afirma Sandra. “Este momento também é sobre não deixar que o Natal seja apenas de cuidado com a família; é preciso exigir que as vidas sejam vivas até o fim do ano.”

A esquerda, de chapéu vermelho, Sandra Muñoz | Foto: Arquivo pessoal
Para Sandra, a violência de gênero começou na própria vida. Ela relembra que, aos 13 anos, testemunhou o abuso contra a mãe e decidiu agir para sair daquela situação. Esse momento foi a virada que moldou sua militância e a tornou determinada a lutar para libertar outras mulheres do patriarcado.
A militância ganhou força com a participação em movimentos feministas nacionais e internacionais. Sandra já liderou a Marcha das Vadias no Brasil e esteve envolvida em ações semelhantes em outros países da América Latina, experiência que pretende levar para a manifestação deste domingo.

Grupo organizador do Levante Mulheres Vivas em Salvador | Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
Quanto às expectativas, Sandra mantém o foco na qualidade da presença: não busca grandes números, mas mulheres conscientes da causa. “Não precisamos de milhões; queremos que cada mulher que estiver lá tenha clareza do que está em jogo”, afirma.
Nos atos anteriores, milhares de mulheres já foram às ruas no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em São Paulo, a contagem chegou a 9,2 mil participantes, segundo monitoramento independente. Em Salvador, as baianas pretendem iniciar às 9h no Cristo da Barra para ecoar a defesa pela vida feminina.
Participe, compartilhe sua opinião sobre a mobilização e a luta por direitos das mulheres. Deixe seu comentário e conte como você vê a participação da cidade na defesa da vida, dignidade e respeito para todas.

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