A inglesa Gina Thornton viveu anos com coceiras e dor na região íntima, levando a uma sequência de diagnósticos equivocados. Ela recebeu, entre 2016 e 2024, alternativas como endometriose, candidíase e líququen escleroso, tentando controlar os sintomas com tratamentos específicos para cada condição.
“Eu sentia minha vulva muito inchada e, apesar de fazer o tratamento corretamente, a pele ficava inflamada, minha na língua estava dura como pedra e a dor piorava a ponto de eu mal conseguir andar e passar noites em claro”, relembra Gina em entrevista ao The Sun.
Os sintomas se intensificaram com o tempo. Em 2024, a intensa coceira e a sensação de queimadura começaram a impedir o sono. Gina foi encaminhada para colocar um DIU hormonal na tentativa de reduzir os sinais, mas isso desencadeou crises ainda mais fortes de queimação. Só após a retirada precoce do dispositivo surgiram exames de imagem que apontaram a origem do incômodo: câncer vulvar em estágio inicial.
“Meu coração afundou quando me disseram que era câncer. Mesmo tendo sido detectado precocemente, eu sabia que minha vida estava prestes a mudar para sempre”, disse a paciente após o diagnóstico.
A lesão evoluiu rapidamente para um cisto doloroso, que se rompeu. Semanas de investigação e biópsias levaram à confirmação do câncer de vulva em estágio 1B, decorrente de uma infecção por HPV. O estágio 1B indica tumor maior que 2 centímetros.









Câncer da vulva e tratamento drástico
O câncer vulvar é considerado raro, representando cerca de duas em cada 100 mil mulheres. Em 2022, foram registrados aproximadamente 47 mil casos no mundo e 18 mil mortes, segundo dados do Globocan/IARC/OMS.
Em novembro de 2024, Gina foi submetida a uma anovulvectomia, cirurgia que removeu vulva, períneo e ânus para evitar a Disseminação do tumor. “Fiquei devastada, temi não ter mais uma aparência normal, mas não houve outra opção; se não fizesse, poderia morrer”, relembrou a paciente.
O pós-operatório
O resultado cirúrgico foi considerado bem-sucedido. Não houve necessidade de quimioterapia nem radioterapia. Gina passou a usar bolsa de estomia para coletar resíduos, já que a terminação do sistema digestivo foi removida. Desde então, ela tem se adaptado a essa nova realidade, sem dores ou coceiras.
A cirurgia conseguiu preservar boa parte das estruturas íntimas. “Ainda tenho meus lábios vaginais e clitóris; estão escondidos, mas funcionam”, contou. O casal retomou a vida sexual quatro meses após as cirurgias, com o marido apoiando e assegurando que nada mudaria entre eles.
Os dados sobre o câncer vulvar ressaltam a importância de identificar precocemente sinais incomuns. Gina descreve sua experiência como um despertar para ouvir o próprio corpo e buscar orientação médica assim que surgem alterações persistentes na região genital e no restante do corpo.
Se você já passou por situações parecidas ou tem dúvidas sobre sinais de câncer ginecológico, compartilhe sua história nos comentários e ajude outras pessoas a ficarem atentas. A conversa aberta pode fazer a diferença na detecção precoce e no cuidado com a saúde feminina.

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