Pode não ser o que parece (por Mary Zaidan) 

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A Câmara dos Deputados abriu espaço para desfechos que revelam as fissuras entre os blocos e as tratativas por trás do plenário. Dois casos intensos foram analisados em uma madrugada tensa: Glauber Braga (PSOL-RJ) viu a cassação substituída por uma suspensão de seis meses, após acordo que favoreceu uma solução que não destituía o parlamentar. Ao mesmo tempo, o caso de Carla Zambelli (PL-SP) foi levado ao plenário, mas não atingiu o quórum mínimo necessário para cassação.

A manobra envolvendo Braga expôs a fragilidade de um processo que depende de acordos entre o Centrão e blocos da base governista. A esquerda celebrou a vitória parcial, enquanto a direita ficou dividida entre manter pressão pela cassação e aceitar o acordo que livrou o assessor de um golpe político mais duro. O resultado reforçou a ideia de que, sem quórum, cassação não se consolida com facilidade.

Outro eixo da sessão foi o PL da Dosimetria, anteriormente denominado Anistia, aprovado por 291 votos a favor contra 148. O texto, ligado a temas polêmicos, abre espaço para benefícios a figuras sob escrutínio e, ao mesmo tempo, ameniza penas de líderes de facções — crítica central de quem vê riscos para a segurança pública. A coalizão de apoio a Bolsonaro, de certo modo, encontra ali algum amortecimento político, ainda que gere resistência de oposição.

Caso o Senado mantenha o texto da Câmara, as vantagens para Jair Bolsonaro seriam, segundo a leitura do projeto, uma redução de sete anos em uma pena superior a 27 anos e o fim do regime fechado em pouco mais de dois anos. No entanto, a progressão para prisão domiciliar poderia ocorrer mais cedo, especialmente se houver novas cirurgias ou mudanças processuais. Em paralelo, militares também poderiam avançar em seus regimes de cumprimento de pena.

Para Bolsonaro, a análise gira em torno de uma possível anistia ampla, geral e irrestrita, que poderia afetar a inelegibilidade imposta pela Lei da Ficha Limpa. A viabilidade dessa etapa depende de desdobramentos no STF e de uma leitura política mais ampla, que envolve alianças e cálculos eleitorais. A discussão alimenta tensões entre apoiadores e opositores, com perspectivas distintas sobre o futuro das candidaturas.

As ruas também registraram mobilizações com o lema sem anistia, buscando frear o que chamam de desmandos no Congresso. Embora não haja previsões sobre números, as manifestações ajudam a moldar o clima público e a pressionar por decisões mais transparentes e responsáveis por parte dos legisladores.

E você, qual é a sua leitura sobre esses desfechos? Quais impactos você espera para o cenário político brasileiro nos próximos meses? Deixe sua opinião nos comentários e participe da conversa.

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