Justiça de São Paulo tornou réu Marcelo de Lima Fernandes, prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, por suspeita de corrupção. A decisão, proferida nesta segunda-feira (15/12), o responsabiliza por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro ligados a um esquema que teria utilizado as secretarias de Obras e Saúde do município. O principal apontado como operador financeiro do grupo seria Paulo Iran Paulino Costa.





O juiz Roberto Porto, relator da ação, destacou que objetos e documentos apreendidos no apartamento de Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador financeiro de Marcelo, sustentam as acusações contra o prefeito, suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção que utilizou as secretarias municipais. O espaço segue aberto para respostas da Prefeitura de São Bernardo do Campo e da assessoria do prefeito, que não retornaram até a publicação desta reportagem.
Investigações mostram que Paulo Iran era peça-chave do esquema. Na residência do operador, em junho, a PF encontrou cerca de R$ 14 milhões em dinheiro vivo. O dinheiro era movimentado com um telefone paralelo, com mensagens codificadas envolvendo Antônio Renê da Silva Chagas, servidor da prefeitura. Em agosto, a Justiça decretou prisão preventiva de Iran, porém ele permanece foragido desde então. Ele estava lotado no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) e foi exonerado logo após o pedido de prisão.
Após quatro meses foragido, Iran conseguiu um habeas corpus no STJ, na sexta-feira (12/12). Em junho, a PF já havia cumprido mandados na casa dele, apreendendo mais de R$ 12 milhões, US$ 157 mil e R$ 583 mil no carro, além de anotações com codinomes para distribuir o dinheiro aos beneficiários.
Afastamento, retorno e outros alvos Marcelo foi afastado da prefeitura em agosto após a Operação Estafeta, mas, em 10 de outubro, o STJ concedeu habeas corpus permitindo o retorno. Em novembro, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) moveu recurso para tentar reverter essa decisão, afirmando que as razões do afastamento ainda persistem.
Entre os demais alvos da operação, aparecem nomes como Antonio Renê da Silva Chagas, Fabio Augusto Prado, Roque Araújo Neto e sócios de empresas ligadas à prefeitura, incluindo a Quality Medical, o Consórcio São Bernardo Soluções, a Ballarin Imobiliária, e a Terraplanagem Alzira Franco. As anotações citam pagamentos significativos e ligações entre as diversas empresas e os funcionários da gestão municipal.
Este caso envolve um vasto esquema de propina ligado à gestão de obras e serviços na cidade, com movimentações de valores e contatos entre funcionários, ex-políticos e empresários. A elucidação das irregularidades segue em andamento, com novas etapas processuais e eventuais prisões ou condenações a depender das provas apresentadas em juízo.
E você, o que pensa sobre esse esquema de corrupção e os desdobramentos na política da região? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe da discussão sobre ética pública e transparência na administração municipal.

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