A Venezuela acusou Trinidad e Tobago de colaborar com os EUA no que chamou de roubo de um navio carregado com petróleo venezuelano, apreendido pela Marinha norte-americana durante manobras militares no Caribe, conforme comunicado da Vice-Presidência venezuelana.
Os EUA lançaram, em agosto, uma operação antidrogas no Caribe que contou com o apoio da primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, aliada do governo de Donald Trump, que ocupa a presidência desde janeiro de 2025.
Caracas afirmou ter pleno conhecimento da participação do governo de Trinidad e Tobago no suposto roubo do petróleo venezuelano, com o ataque a um navio que transportava o produto em 10 de dezembro, segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez, em mensagem na plataforma Telegram.
Em entrevista à AFP, Persad-Bissessar disse não estar perturbada pelo comunicado e pediu que as queixas venezuelanas sejam dirigidas ao presidente Trump.
O presidente Donald Trump, segundo a fonte oficial, anunciou na semana passada que o Exército dos EUA havia apreendido um petroleiro em frente ao litoral venezuelano, numa ação considerada sem precedentes na crise entre Washington e Caracas. O governo venezuelano chamou o ato de pirataria internacional.
Isso ocorre após Maduro ter suspendido, em outubro, acordos energéticos com Trinidad e Tobago, depois que o arquipélago recebeu um destróier americano para exercícios conjuntos. Agora, Maduro ratificou a decisão e ordenou extinguir todas as relações com o governo trinitino.
Segundo a nota do governo venezuelano, não deverá haver contratos ou negociações para o fornecimento de gás natural a Trinidad e Tobago.
Trinidad e Tobago informou que permitirá que aeronaves militares dos EUA usem seus aeroportos nas próximas semanas para movimentos logísticos. Em novembro, o arquipélago também instalou um radar com apoio americano.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, alertou que as ações do governo de Trinidad e Tobago colocam em risco as boas relações e também o próprio povo.
O petróleo bruto continua a ser o principal recurso da Venezuela, sujeito a um embargo dos EUA desde 2019, o que obriga o país a vendê-lo no mercado clandestino a preços menores, principalmente para países asiáticos. Cabello afirmou que “não poderão levar nem uma gota de petróleo” e ressaltou que há petróleo, mas ele deve ser pago.
A PDVSA denunciou pela manhã um ataque cibernético destinado a deter sua operatividade, embora a ação tenha atingido apenas sistemas administrativos. A estatal voltou a responsabilizar “interesses estrangeiros” e reiterou acusações de que os EUA desejam se apossar do petróleo venezuelano.
Horas antes, a (UE) decidiu proroger, até janeiro de 2027, as sanções contra integrantes do governo venezuelano, incluindo embargo de armas e de equipamentos destinados à repressão interna. O bloco justificou a medida pelas ações que minam a democracia, violações de direitos humanos e repressão à oposição democrática.
A Venezuela tem registrado detenções consideradas arbitrárias e “desaparecimentos forçados”; segundo o Foro Penal, há pelo menos 889 presos políticos. Nos últimos 15 dias, o Sebin prendeu dirigentes do maior sindicato do país e dirigentes de veículos da oposição. Caracas rejeita a renovação das sanções europeias, chamando-as de medidas coercitivas unilaterais.
Como visitante, reflita sobre o papel das potências na região e as estratégias de sanções. Deixe seu comentário abaixo com sua opinião sobre o que está acontecendo entre Venezuela, Trinidad e Tobago e os EUA.


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