Torre Palace Hotel, ícone de Brasília, será implodido em janeiro de 2026, encerrando um longo capítulo de abandono, ocupações irregulares e crises que envolveram disputas judiciais e operações policiais. Localizado no Setor Hoteleiro Norte, o hotel que já teve status de luxo passou a simbolizar controvérsias e lutas que atingiram moradores, autoridades e a própria cidade.
A história do edifício começou em agosto de 2014, quando disputas entre herdeiros deram início a disputas legais sobre o imóvel. O Torre Palace tornou-se alvo de invasões por pessoas em situação de rua, e o espaço passou a ser descrito na imprensa como uma cracolândia vertical, reunindo ocupantes e usuários de drogas em meio a áreas vazias do hotel.














Em 23 de outubro de 2015, cerca de 120 integrantes do Movimento da Resistência Popular (MRP) invadiram o edifício, ocupando todos os 13 andares. Aproximadamente 30 pessoas já moravam lá antes da invasão. Ainda em outubro, crianças e adultos ligados ao movimento organizaram uma festa no prédio, e a área de estacionamento foi isolada com cordas e pneus para a instalação de brinquedos infláveis.
Em março de 2016, o TJDFT deu prazo de 20 dias para que os proprietários retirassem os invasores e cercassem todo o perímetro, retirassem telhas soltas e corrigissem falhas no telhado para evitar infiltrações, entre outras providências urgentes. Em abril, houve protestos com queima de pneus contra a retirada das famílias que ocupavam o local.
Ameaça de explosão Em junho de 2016, a Polícia Militar do Distrito Federal retomou as negociações para a desocupação. O edifício ficou cercado, mas 13 ocupantes permaneceram no interior por cerca de 20 horas, chegando a montar barricadas com pneus e até ameaçar explodir o espaço com botijões de gás. Após uma longa operação, a PMDF invadiu o Torre Palace no dia 5 de junho, com a retirada de ocupantes em cerca de uma hora e meia, sob ataque com pedras, chamas e bombas de efeito moral. Ao final, 11 adultos foram presos e quatro crianças, resgatadas, em condições insalubres, com fezes humanas, ratos e insetos pelo interior.
Após a desocupação, o Governo do Distrito Federal iniciou a construção de um muro ao redor do Torre Palace para evitar novas ocupações por pessoas em situação de rua e usuários de drogas. A barreira alcançou até o primeiro andar do edifício, buscando impedir novas incursões no espaço.
A ideia de implodir o edifício ganhou espaço entre autoridades e a população, com a confirmação de que a estrutura seria demolida em janeiro de 2026. O desfecho marco o fim de um capítulo controverso sobre o uso de um prédio histórico no coração de Brasília.
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