Putin afirmou nesta sexta-feira que o fim da guerra na Ucrânia depende de Kiev e de seus aliados ocidentais, negando a responsabilidade russa e comemorando avanços das tropas de Moscou no território ucraniano.Na tradicional coletiva anual em Moscou, o líder russo repetiu que “a bola está completamente no campo” dos rivais ocidentais.
Durante o evento, Putin disse que as tropas russas avançam em toda a linha de contato e que, “antes do fim do ano”, deverão ocorrer novos êxitos. Ele lembrou que a Rússia, conforme estimativas, controla atualmente cerca de 19% do território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, anexada em 2014.
Putin afirmou ainda que não se considera responsável pela morte de pessoas, pois “não fomos nós que começamos esta guerra”. O presidente russo disse que pode ordenar a suspensão de ataques com mísseis de longo alcance e drones no dia das eleições presidenciais na Ucrânia.
Na mesma coletiva, ele comentou a decisão da União Europeia de não usar ativos russos congelados para financiar um empréstimo de 90 bilhões de euros à Ucrânia. Segundo Putin, o uso desses recursos seria “um assalto” e poderia trazer consequências graves. Mais de 200 bilhões de euros do Banco Central da Rússia permanecem bloqueados na instituição Euroclear, em Bruxelas.
Em Varsóvia, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que, se o país for derrotado, a Rússia atacará a Polônia “de maneira inevitável”. Putin rebateu que Moscou não atacará outros países “se for tratada com respeito” e se seus interesses forem considerados, mantendo a disputa territorial como principal impasse nas negociações. Planos norte-americanos anteriores tinham incluído reconhecimento de áreas como Crimeia, Donetsk e Luhansk como russas.
Sobre o pano de fundo, Putin lembrou que, em setembro de 2022, a Rússia anunciou a anexação das regiões de Zaporizhzhia, Donetsk, Luhansk e Kherson, ainda que não controlasse integralmente esses territórios. Ainda no âmbito interno, pesquisas da instituição independente Levada mostram preocupação entre os moradores da Rússia: 21% querem saber quando terminará a chamada “operação militar especial” e 16% desejam entender quando haverá melhoria nas condições de vida, em meio à inflação de 6,6% e às sanções ocidentais.
Apesar das restrições, analistas apontam dificuldades como escassez de mão de obra e crédito caro. O Banco Central da Rússia reduziu recentemente a taxa básica de juros para 16%. Após dois anos de crescimento impulsionado pela guerra, as autoridades projetam desaceleração com crescimento do PIB entre 0,5% e 1% neste ano, abaixo dos índices de 2023 e 2024. Com informações da AFP.
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