“Recebi, como todos receberam”, diz deputado que denunciou orçamento secreto

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Deputado José Rocha admite ter recebido recursos do orçamento secreto e detalha a tramitação de emendas

Em entrevista à coluna, o deputado José Rocha (União-BA) confirmou ter recebido recursos do chamado orçamento secreto, prática que ele afirmou ser comum a diversos parlamentares. Rocha é citado como o principal denunciador da investigação do Supremo Tribunal Federal sobre a distribuição dessas emendas.

Ele descreveu o funcionamento em termos que seekam esclarecer o fluxo: houve uma primeira lista enviada ao ministério e, posteriormente, uma segunda com montantes significativos para a Bahia e outras localidades, que ele decidiu reter. Segundo ele, algumas emendas vinham já identificadas, mas nem todas tinham esse rótulo, e a presidência da Câmara encaminhava as planilhas e os ofícios para o ministério.

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Rocha afirmou que havia um acordo com os líderes sobre quais deputados poderiam indicar recursos da Comissão de Integração Nacional, na época presidida por ele. Ele negou ter elaborado uma lista paralela, dizendo que quem define o repasse é o ministério e que, como presidente, ele apenas administra o recurso da comissão. A relação entre os nomes indicados e de onde sairiam os recursos gerou questionamentos, especialmente porque parte do dinheiro não tinha identificação clara.

Em relação aos montantes, Rocha explicou que, após receber listas com números de emenda, o Dino (ministro do STF) autorizou o pagamento apenas daquelas com identificação. As emendas identificadas teriam ido ao ministério, que as encaminhou à CGU para liberação, enquanto as não identificadas ficaram sob análise. Rocha ressaltou que algumas emendas vieram da lista do presidente da Câmara, e que ele as encaminhou ao ministério para pagamento.

O deputado também enfatizou que jamais acusou Lira de envolvimento em esquema de corrupção e reiterou que não fez acusações contra Mariangela Fialek (conhecida como Tuca). Disse que sua indignação decorre de ser tratado como delator e afirmou ter 12 mandatos de deputado, com uma trajetória distinta da de Lira.

Sobre a legalidade do que descreveu à PF, Rocha afirmou que apenas depôs conforme o que a polícia lhe perguntou e que não presta juízo de valor sobre o que é ou não ilegal. Reiterou que não há denúncia ou processo contra si e criticou a maneira como tem sido visto pela investigação, destacando que não possui “dúvidas” sobre sua conduta.

Rocha também tratou da viagem para a COP, dizendo ter sido indicado como integrante da Comissão de Relações Exteriores, mas que Lira já havia autorizado apenas 30 deputados e não autorizaria mais ninguém. Ele afirmou ter saído do assunto e só voltou a falar com o líder para tratar da lista, momento em que Lira afirmou que Rocha estaria criando problemas.

Em resumo, o deputado mostrou que não pretende manter conflitos com Lira, negando qualquer inimizade pessoal. Reforçou que a história de sua atuação é distinta da de Lira e que sua reação decorre de como foi retratado, não de uma acusação de crime contra si. A entrevista reforça a complexidade do debate sobre a distribuição de emendas e o uso do orçamento público.

O caso levanta a questão sobre a transparência e o controle público das emendas e do orçamento secreto. Como você vê o tema? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe da conversa sobre o papel das emendas parlamentares na política brasileira. Fique à vontade para deixar suas considerações.

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