Os Estados Unidos registraram a criação de 64 mil vagas em novembro de 2025, acima da mediana de 50 mil prevista. Apesar do avanço, a taxa de desemprego subiu para 4,6%, o maior patamar em mais de quatro anos, sinalizando uma pausa na recuperação do mercado de trabalho. O relatório do BLS apontou ainda queda em outubro (?105 mil vagas) e revisões para baixo de setembro e agosto, sugerindo estagnação em parte do cenário laboral.
O principal infortúnio veio do governo federal, com o presidente Donald Trump reduzindo a força de trabalho pública ao nível mais baixo em mais de uma década. Em outubro, foram eliminados 162 mil empregos no setor público; somando mais 6 mil cortes em novembro, o total chega a 271 mil desde janeiro. Excluídas as demissões públicas, o segmento privado apareceu com um viés mais positivo, segundo economistas.
No mercado, o payroll de novembro alimenta preocupações com o ritmo da recuperação e reforça a visão de que o aperto monetário pode mudar de tom. Wall Street avalia que os dados de outubro e novembro dificultam a ideia de uma manutenção prolongada das taxas de juros. Economistas destacam que o mercado de trabalho está esfriando gradualmente, abrindo espaço para cortes de juros no curto a médio prazo.
Sobre a política monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que um novo corte de 25 pontos-base poderia ocorrer na reunião de dezembro, dadas as mudanças no mercado de trabalho. Ainda assim, há dúvidas sobre a velocidade dos próximos movimentos e muitos analistas esperam, no mínimo, mais de um corte em 2026, dependendo da evolução do desemprego e do desempenho da economia.
Visões de bancos e casas de investimento variam: Capital Economics, Charles Schwab e Pimco mantêm cenários de cortes graduais, enquanto o Bradesco ressalta que apenas os dados de dezembro permitirão avaliar com mais precisão a situação laboral. A divulgação seguinte do payroll está marcada para 9 de janeiro de 2026, às 10h30 (horário de Brasília).
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