Com o avanço da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência, parte do entorno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sinaliza a possibilidade de um voo próprio que busque manter distância das pressões do Centrão e do bolsonarismo.
Essa leitura entre aliados próximos é de que, após passar grande parte do primeiro mandato sob especulações sobre uma candidatura presidencial, Tarcísio poderia, em um eventual segundo mandato, tocar seu projeto político, sem ficar refém das expectativas de dois blocos nacionais. A expectativa é de que ele possa ter uma reeleição relativamente tranquila em 2026; no segundo mandato, haveria mais independência para projetar uma candidatura em 2030.
“O projeto é dar continuidade ao trabalho em São Paulo para se firmar como administrador e político. Com isso, ele encerra esse ciclo de formação”, afirmou um auxiliar do governador.
“É natural que coloquem um governador de São Paulo como presidenciável, isso faz parte, sempre tem sido assim. Mas eu sempre disse que o meu foco era o estado de São Paulo e eu continuo focado no estado de São Paulo. Não teve mudança nenhuma, apesar de especulação, mas nunca a gente se colocou como candidato, pelo contrário, sempre disse que o nosso projeto é São Paulo”, disse Tarcísio durante agenda na última sexta-feira (19/12).
No dia anterior, em evento de balanço de sua gestão, o governador também ressaltou o foco em deixar planos para os próximos quatro anos, destacando ações estruturantes que pretende manter para consolidar o legado no estado.
Outro ponto apontado pelos aliados é a possibilidade de que a tentativa de Centrão de empurrar Tarcísio para o Planalto aumente o desgaste de parlamentares desse campo, sobretudo diante das investigações sobre emendas em andamento sob a relatoria do ministro Flávio Dino, do STF. Em Brasília, há quem considere que a desistência de Flávio Bolsonaro pode abrir espaço para que Tarcísio se desvincule do grupo.
Além disso, a avaliação interna é de que Tarcísio, caso Flávio desista, ganharia força para pressionar a margem de decisão sobre a própria candidatura, com a possibilidade de escolher o vice na chapa de 2026 sem precisar usar o cargo como moeda de troca para angariar apoio. O governador tem dito publicamente que não pretende se engajar ativamente na campanha de Flávio, e que manterá o foco em São Paulo.
O governador também reforça que boa parte de sua agenda é voltada para projetos estruturantes, visando um legado duradouro para o estado. Entre eles, a conclusão de obras de infraestrutura e a revitalização de áreas críticas, que foram enfatizadas como metas de longo prazo para a gestão.
Se a hipótese de Flávio Bolsonaro desistir se confirmar, a pressão para que Tarcísio entre no jogo presidencial pode retornar com mais força, alterando o equilíbrio entre aliados e rivais. Enquanto isso, Tarcísio segue centrado em ampliar entregas em São Paulo e em articular um caminho próprio para o futuro político.
Queremos saber sua opinião: você acha que Tarcísio deve seguir com foco em São Paulo ou entrar de vez no debate para 2026 e, quem sabe, 2030? Deixe seu comentário abaixo com seus argumentos e perspectivas sobre o cenário político atual.
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