Luciene Cavalcante (PSOL-SP) pediu à PGR a abertura de um procedimento investigatório para esclarecer como o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, obteve o passaporte falso usado na fuga pelo Paraguai. A deputada também aponta a possível participação de terceiros na obtenção do documento e na logística da fuga.


Segundo a decisão que decretou a prisão preventiva de Vasques, a tornozeleira eletrônica perdeu o sinal na madrugada de Natal (25/12), por volta das 3h, e ficou sem conexão por volta das 13h. A fuga ocorreu por via terrestre para o Paraguai, contornando controles migratórios mais rígidos, com a expectativa de seguir para o Panamá e, depois, El Salvador, usando documentos adulterados; a operação foi interrompida quando a polícia migratória paraguaia o deteve ao tentar embarcar com documentos falsos.
Nos documentos paraguaios, Vasques utilizou o nome Julio Eduardo Baez Fernandez. Cavalcante defende que é essencial apurar se houve envolvimento de terceiros na obtenção ou uso do documento, além de indicar o custeio de passagens, deslocamentos e a atuação de intermediários ou “laranjas”.
A deputada também solicita o reforço da fiscalização de presos em regime domiciliar investigados pelos atos golpistas para evitar novas evasões, especialmente diante da fresta entre o alerta do monitoramento eletrônico e a diligência presencial.
“A circunstância de o representado estar submetido à prisão domiciliar com monitoramento eletrônico é juridicamente relevante não apenas para o juízo de necessidade de cautela, mas sobretudo para a linha investigativa central desta representação: a hipótese de que a evasão e o acesso à documentação fraudulenta tenham sido viabilizados por terceiros, mediante entrega de documento, intermediação com falsários, facilitação de deslocamento, custeio de passagens, orientação operacional e/ou uso de ‘laranjas’ para contratação de serviços”
Com a fuga, Vasques chegou a Assunção, capital do Paraguai, após romper a tornozeleira eletrônica, e foi detido pela polícia migratória paraguaia antes de concluir a fuga. O ex-chefe da PRF portava documentos paraguaios falsos. O caso também reacende a discussão sobre a fiscalização de presos em regime domiciliar.
O caso envolve a tentativa de passagem pelo Paraguai e a utilização de documentos falsos para seguir ao Panamá e El Salvador. A Procuradoria-Geral da República deve investigar a cadeia de eventos que viabilizaram a fuga e, se for o caso, responsabilizar terceiros. Deixe sua opinião nos comentários sobre o tema.

Facebook Comments