Dois oficiais de Justiça estiveram na sede do Banco Master, em São Paulo, para localizar Eduardo Félix Bianchini, o liquidante nomeado pelo Banco Central para conduzir o processo de liquidação. Ele não foi encontrado porque está em viagem com a família, o que alimenta a expectativa de uma intimação formal em breve. A movimentação ocorre em meio a uma disputa que envolve as mais altas cortes do país.
O liquidante encabeça a estratégia da defesa de Daniel Vorcaro, controlador do Master, que busca anular a liquidação junto ao STF e ao TCU. A defesa acusa o Banco Central de usar Bianchini para obter informações privilegiadas de forma irregular. O papel do liquidante é sensível, pois ele tem acesso total a dados da instituição, incluindo contratos e pagamentos a prestadores de serviço, numa esfera de cifras expressivas, como os 3,6 milhões de reais mensais pagos a um escritório de familiares de um ministro do STF para assistência jurídica.
Enquanto a pressão sobre Bianchini cresce, o Judiciário prepara uma acareação incomum: o ministro Dias Toffoli marcou para esta terça-feira (30) uma acareação entre Daniel Vorcaro e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, com a participação do diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. Toffoli negou que a busca pelo liquidante tenha partido de seu gabinete, mantendo, por ora, apenas os três nomes já divulgados para o procedimento.
No Tribunal de Contas da União, o ministro Jhonatan de Jesus tem cobrado explicações do BC sobre possível precipitação na intervenção no Master, citando relatos de que a atuação da auditoria estaria recebendo restrições. A movimentação das cortes superiores desperta críticas entre especialistas e ex-membros do BC, que veem a ação como sem precedentes e uma possível tentativa de intimidar o trabalho técnico.
Para o ex-diretor Luiz Fernando Figueiredo, a liquidação foi baseada em evidências robustas de uma fraude de grande porte, decidida pela autoridade monetária. Embora o processo trampe com sigilo em alguns aspectos, o desfecho da acareação e o eventual depoimento do liquidante devem definir o ritmo das investigações no início de 2026.
E você, como lê essa disputa entre autoridades e o Banco Master? Deixe seu comentário com sua opinião sobre o desfecho e as implicações para o setor financeiro.

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