O Brasil está passando a limpo sua própria história. Na manhã desta quarta-feira, dia 25, um Senador da República (com as iniciais em maiúsculas), em pleno exercício do poder, foi detido pela Polícia Federal.
O caso é uma ruptura na história do país que manteve muitos nomes, por décadas, se escondendo atrás das imunidades de cargos políticos para fugir da lei. A coisa está mudando.
O Senador Delcídio Amaral (PT) foi preso por tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Muitos políticos brasileiros não têm conseguido dormir com a figura, cada vez mais próxima, do Juiz Federal, Sérgio Moro. Nem Freddy Krueger, dos filmes A Hora do Pesadelo, causavam tanto medo nesses políticos.
O Senador é acusado de solicitar ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para não depor. A detenção foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que se trata de um parlamentar em exercício.
Acusado por Cerveró de participar do esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena (EUA), o senador está em maus bocados.
O filho do ex-diretor teria gravado uma conversa em que Delcídio Amaral oferece a possibilidade de fuga para Nestor não aderir ao programa de delação premiada.
�? a primeira vez que um senador é preso enquanto está no cargo, já que a Constituição define que um parlamentar só pode ser preso em flagrante. Contudo, obstrução de investigação é considerada crime permanente e um dos poucos motivos que levaria a Corte Suprema a permitir a prisão preventiva, antes de qualquer julgamento.
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