MPF lança campanha para fortalecer participação feminina nas eleições de 2022

Publicado:

O Ministério Público Federal (MPF) lançou uma campanha pelo fortalecimento da participação de mais mulheres na política. O mote da campanha é “Política é substantivo feminino”. O objetivo é mostrar à população como identificar e combater a violência política de gênero, além de fomentar a participação de mais mulheres na política.

 

Até as eleições, serão publicados semanalmente nos perfis do MPF nas redes sociais conteúdos sobre as principais regras e políticas afirmativas relacionadas à disputa eleitoral. A campanha também vai esclarecer os principais pontos das leis que tornaram crime a violência política de gênero, além de mostrar à sociedade como denunciar.

 

A ação é uma iniciativa do Grupo de Trabalho (GT) Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero do Ministério Público Eleitoral e da Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República (PGR).  O slogan da campanha explora o gênero da palavra política, que é um substantivo feminino, com o objetivo de chamar a atenção do público para a necessidade de um maior equilíbrio de gênero nos partidos e nas esferas de poder. Atualmente, embora as mulheres correspondam a mais da metade do eleitorado brasileiro, elas ocupam apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados, o que deixa o Brasil na 143ª posição no ranking de 193 países em termos de representatividade feminina no legislativo. 

 

“O objetivo da campanha é fomentar a participação de mais mulheres na política, além de mostrar que a violência afasta mulheres do poder e isso prejudica a democracia”, afirma a coordenadora do GT, Raquel Branquinho. Levantamento realizado pelo Instituto Alziras com a metade das prefeitas eleitas em 2020 revela que 66% já sofreram ataques, ofensas e discurso de ódio nas redes sociais. Além disso, 58% delas foram vítimas de assédio ou violência política pelo fato de serem mulheres. 

 

Com o objetivo de mudar esse quadro, duas leis aprovadas no ano passado (Lei 14.192/2021 e Lei 14.197/2021) tornaram crime a violência política praticada contra mulheres, com penas que variam entre 1 e 6 anos de prisão. Além disso, diversas ações afirmativas na esfera eleitoral – como a obrigação de os partidos apresentarem pelo menos 30% de candidaturas femininas nas eleições proporcionais e garantirem percentual equivalente de recursos públicos às campanhas de mulheres – buscam corrigir a desigualdade de gênero na esfera política. 

 

Desde o ano passado, o GT do Ministério Público Eleitoral tem trabalhado em parceria com diversas instituições para dar visibilidade ao tema e garantir que as representações de casos de violência política de gênero tenham trâmite prioritário na instituição.  Nesse sentido, o grupo facilitou o acesso ao canal de denúncia nas páginas dos órgãos do MP Eleitoral e criou um fluxo interno para que as demandas cheguem de forma ágil aos membros com atribuição para apresentar denúncia à Justiça. Desde dezembro, o grupo já encaminhou 14 casos de violência política de gênero a unidades do MP Eleitoral nos estados sugerindo a análise de providências cabíveis na esfera criminal.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Disparam denúncias de assédio moral no serviço público do DF

Os casos de assédio moral no serviço público do Distrito Federal têm chamado atenção, principalmente por sua natureza abusiva e repetitiva....

Projetos tentam legalizar gás-pimenta como o usado por estudante morta

A morte de uma jovem de 20 anos na zona leste de São Paulo, após usar um spray de gás-pimenta contra assaltantes, reabriu...

CAC que matou ex na frente da filha tem pena reduzida em 17 anos

Quase um ano após ser condenado a 43 anos e 18 dias de prisão pelo assassinato de sua ex-mulher, Paulo Roberto Moreira Soares...