Poucos sabem da história, mas o ex-zagueiro João Carlos, multicampeão pelo Cruzeiro, chegou a ter um contrato com o rival Atlético enquanto já tinha vínculo na Toca da Raposa. O caso inusitado, ocorrido em 1996, foi detalhado por ele durante entrevista ao quadro Por onde anda?, do Superesportes. O imbróglio foi resolvido à época numa ação ousada do então presidente cruzeirense, Zezé Perrella.
João tinha 23 anos e pertencia ao Democrata-SL, mas já havia acertado um pré-contrato com o clube celeste antes de ser cedido ao Mamoré de Patos de Minas para um período de observações. Além do Estadual, ele teve bom desempenho na Série B do Campeonato Brasileiro no ano anterior, atuando pelo Democrata-GV, também por empréstimo.
Apesar de ter um acordo com o Cruzeiro, João foi comunicado pelo presidente do Democrata-SL, Matuzalém Cursino, que iria para o Atlético. Sem empresário naquele ano, o defensor não entendeu bem, mas acatou a decisão do dirigente.
“Eu voltei (do empréstimo ao Mamoré) e o pessoal do Cruzeiro falou assim: 'pode ficar em casa uma semana'. O Cruzeiro estava disputando a final da Copa do Brasil de 1996 contra o Palmeiras. Eu voltei para casa, e um dia chega o presidente do Democrata-SL (Matuzalém Cursino) e fala: 'o contrato que você fez com o Cruzeiro não vale nada'. E eu em casa, sozinho, sem empresário. 'Eu vendi você para o Atlético, não vai para o Cruzeiro'. Eu respondi, 'mas como? Já assinei um pré-contrato'. Mas ele falou que não valia nada”, contou João.
O ex-jogador chegou a assinar o contrato com o Atlético e a trabalhar na Vila Olímpica, então local de treinamentos do Galo. No entanto, ao fim da noite, o então presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, foi atrás do defensor para fazê-lo mudar de ideia.
“Me levaram na Vila Olímpica, eu assinei o contrato com o Atlético. Fiquei com dois contratos, um com o Atlético e outro com o Cruzeiro. O Atlético me levou para um hotel perto da Savassi (em Belo Horizonte), contou.
“?? noite, chega um carro no hotel, alguém bate na minha porta e fala 'vamos embora'. Era o Moares (diretor de futebol) e o (Zezé) Perrella. 'Você não vai ficar aqui, quero te levar embora para a Toca', falaram. E eu desesperado, pensando o que eu fazia. Entrei no carro e fui”, acrescentou o ex-zagueiro.
João conta que teve receio de ser suspenso pela Fifa pelo fato de ter assinado dois contratos simultaneamente, mas tudo acabou resolvido numa reunião sigilosa.
No dia seguinte, o defensor se reuniu com o presidente atleticano Paulo Cury e o presidente cruzeirense Zezé Perrella, conhecido à época por ser uma raposa nos negócios.
Ao fim do encontro, ele decidiu honrar o acordo inicial com o Cruzeiro devido ao maior 'pulso firme' de Perrella.
“Eu tive que ir para uma reunião com o Perrella e com o Paulo Cury. Os dois presidentes do meu lado. E eles me perguntando onde eu queria ficar. Mas eu senti mais confiança no que o Perrella falou. Ele colocou que se eu assinasse aquele contrato com o Cruzeiro, que iria brigar por mim, e o presidente do Atlético não falou nada”, explicou.
“Naquele momento, mesmo estando sozinho, eu entendi que era para ficar no Cruzeiro. Acabei aceitando, e eles entraram em acordo também. O Paulo Cury rasgou o contrato na nossa frente. Uma coisa de louco, que muita gente não sabe”, completou.
A ida de João Carlos para o Cruzeiro se mostrou uma boa decisão. Com a camisa azul, o ex-zagueiro fez 96 jogos e participou das conquistas da Copa do Brasil de 1996, da Copa Libertadores de 1997 e da Recopa Sul-Americana de 1998. Ainda foi tetracampeão mineiro em 1994, 1996 1997 e 1998.
Além do clube celeste, João fez parte de um time histórico do Corinthians que conquistou o Brasileiro em 1999, o Mundial de Clubes em 2000 e o Campeonato Paulista de 2001. O zagueiro ainda venceu a Copa América de 1999 com a Seleção Brasileira.
Por Onde Anda?
O Por Onde Anda? é um quadro quinzenal publicado no Superesportes e no YouTube do Portal UAI. Nele, são entrevistados ex-jogadores e ex-técnicos de América, Atlético e Cruzeiro que estão aposentados ou em mercados alternativos do mundo da bola.
Nesta semana, João Carlos também recordou o ambiente ruim no Cruzeiro no Mundial de Clubes e 1997, contou bastidores exclusivos do time do Corinthians entre 1999 e 2000, entre outros casos inéditos.
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