Alzira E conta sua história sinuosa em doc que será exibido no Cinema do Museu

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Doc Alzira E foto Marina Thome

O título do documentário Aquilo que Eu Nunca Perdi nos leva a pensar logo sobre o que seria essencial na trajetória da cantora, compositora e instrumentista Alzira E. Aos 66 anos, a sul-matogrossense ganha um belo retrato audiovisual assinado pela diretora Marina Thomé, que revela um pouco da formação, afetos, parcerias e desafios de construir uma trajetória poética-musical em São Paulo, onde mora há mais de 40 anos.

Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural e vencedor do festival In-Edit de 2021, o filme chega aos cinemas e em Salvador terá sessão especial neste domingo (25), seguida de pocket show de Alzira, a partir das 16h, na Saladearte – Cinema do Museu, na Vitória. 

???Comecei a fotografar seus shows, fomos ficando mais próximas com o passar dos anos, e fui conhecendo também sua família. Hoje em dia é uma grande amiga e parceira de trabalho, sempre presente???, conta Marina, que mostra como Alzira é referencial na cena alternativa paulista e importante link com a cultura do centro-norte do país. 

Em determinado momento, Alzira  afirma que, apesar de ser uma cidadã paulistana, sua essência artística é sul-matogrossense. E a música que dá título ao filme, uma das suas muitas parcerias com Itamar Assumpção, fala sobre isso, sobre o norte de cada um deles. Itamar, que ela conheceu em 1978, foi um dos primeiros parceiros, uma identificação que vem da arte e das histórias difíceis de ambos: ???Passei coisas horríveis em Aquiduana???, conta Alzira, que se mudou para São Paulo com os 5 filhos fugindo da violência e do machismo. 

Ela brinca, dizendo que no dia em que conheceu Itamar, ele logo se ofereceu para ajudar a lavar a louça, pois a pia tava cheia e ela tinha que fazer a mamadeira de uma das crianças. Duas de suas filhas são cantoras, Iara Rennó e  Luz Marina.   

Todos os encontros no filme são permeados pela música e pela poesia, a começar pela família Espínola, com quem ela começou a trajetória musical. Por um tempo, acompanhou a irmã Tetê, mas depois ressignificou sua carreira e tirou o sobrenome famoso. Entre os parceiros estão os conterrâneos Almir Sater e Ney Matogrosso, Arrigo Barnabé, Alice Ruiz e Renato Teixeira.

Ou artistas mais jovens como Anelis Assumpção e Tiganá Santana ??? que atestam as transformações constantes vividas por Alzira, que atualmente tem uma banda de rock. Não à toa uma das imagens recorrentes do filme é dos grandes rios pantaneiros. ???Eu levo tanto essa imagem do rio, que é gigante como um mar, que ela nem é uma lembrança, está dentro de mim, faz parte de mim???. Ingressos pelo  WhatsApp do cinema 99315-7956 ou na bilheteria.

Série faz adaptação de Rota 66, de Caco Barcellos 

Lançado em 1993, o livro Rota 66 ??? A História da Polícia que Mata se tornou um best seller imediato devido à força da narrativa e da investigação de Caco Barcellos. No trabalho, ele compilou as histórias que começou a investigar nos anos 80, a partir da execução de três paulistanos na periferia paulista. Vencedor do prêmio Jabuti, o livro é uma das fontes da série dramatúrgica homônima, com  8 episódios. Os dois primeiros já estão disponíveis no Globoplay. 

???Quando eu estava escrevendo eu lembro muitas vezes que eu pensava em cinema, em cenas de ação para o audiovisual. Ao acompanhar a produção da série, eu me emocionei várias vezes???, afirma Caco. A trama acompanha a jornada do repórter Caco Barcellos (Humberto Carrão) na investigação dos policiais da Rota – as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar – do 1º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo.

rota 66
Humberto Carrão vive o jornalista Caco Barcellos na série do Globoplay (Foto:Aline Arruda – Vans Bumbeers)
 

?? medida que aprofundava a pesquisa, Caco descobria vítimas inocentes nas periferias de São Paulo. Anabela (Naruna Costa) é bom exemplo disso, representando as mulheres, mães, vítimas da violência que buscam justiça por seus familiares. Grávida do segundo filho, ela a vida virada ao avesso ao se deparar com o assassinato do marido Divino (Felipe Oládélè), e fazer de tudo para provar sua inocência. ???A trajetória da Anabela está para além do luto e é marcada pela luta???, antecipa Naruna Costa.

Outro personagem fundamental para o desenrolar da trama é Homero Gama (Aílton Graça). Sargento e também professor da academia, tem seu destino transformado quando a violência policial atinge o seu núcleo familiar, promovendo uma reviravolta em sua vida. ???Foi um trabalho lindo e que necessitou de um mergulho nesse universo. Tivemos muitas cenas noturnas e de ação, mas também de uma carga dramática forte. Tenho certeza de que o público irá ficar surpreso com essa série”, comenta Aílton Graça.     

No paralelo, a série mergulha na biografia do jornalista, mostrando a dificuldade de Caco em conciliar a investigação com a criação do filho, fruto de um antigo casamento, e o seu relacionamento com a fotógrafa Luli (Lara Tremouroux). ???A Luli teve um papel fundamental na história do Caco. Uma mulher firme, aterrada, que esteve presente e inteira nas dores e delícias da relação e da vida dos dois???, comenta a atriz Lara Tremouroux.   

Imagens do Inconsciente

O Itaú Cultural Play inclui em seu catálogo a série Imagens do Inconsciente, impressionante trabalho do cineasta Leon Hirszman. A produção de 1986 por é composta de três documentários, cada um revelando a bem-sucedida experiência de três artistas visuais que estiveram sob os cuidados da psiquiatra Nise da Silveira em seu ateliê terapêutico no Rio: Carlos Pertuis, Fernando Diniz e Adelina Gomes. O desdobramento da trilogia acontece em uma longa entrevista do diretor com a terapeuta. O trabalho está dispo- nível até 21/01, em www.itauculturalplay.com.br. Grátis.

nize da silveira
A médica Nise da Silveira no filme Imagens do Inconsciente (Foto: Divulgação)

 
Cine Horror no Instituto Cervantes

O Instituto Cervantes Salvador,  na Ladeira da Barra, sedia o Festival Cine Horror, com duas sessões gratuitas, neste sábado (24) e no dia 8 /10, às 14h. Na primeira sessão será exibido Pieces, que ficou conhecido no Brasil como O Terror da Serra Elétrica. Dirigido por Juan Piquer Simón e filmado em  Madri com elenco internacional, o longa  pegou carona no movimento conhecido com slasher movies, quando grandes estúdios fizeram  filmes de horror baratos, com muitos sustos e cenas cheias de sangue. Na segunda sessão, será a vez do longa Recife Assombrado, dirigido por Adriano Portela, e tendo como referência os livros de Gilberto Freyre, de Roberto Beltrão e de André Balaio. 

Marte Um na Matinê

Filme escolhido para representar o Brasil na seleção de concorrentes ao Oscar de Filme Estrangeiro, Marte Um, de Gabriel Martins, será exibido na matinê deste domingo (25) do Cine Metha – Glauber Rocha, às 10h30. O filme mostra a realidade de uma família negra na periferia de Belo Horizonte. A programação também contempla as crianças, com a exibição da animação Tromba Trem, de Zé Brandão. Ingressos: R$ 4.

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