Série Flordelis conta a história do casal de pastores e do crime que chocou o país

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Durante meses, em 2019, o Brasil ficou obcecado pela história de Flordelis. Quem era mesmo a pastora e cantora gospel famosa, deputada federal mais votada do Rio de Janeiro no ano anterior e mãe de 53 filhos adotivos? E que passou de vítima a vilã em pouco tempo, acusada de matar seu marido e parceiro, o pastor Anderson do Carmo, morto em 7 de julho com 30 tiros na garagem de casa, aparentemente depois de uma noite romântica.

A trama, que mais parece ficção, ainda está muito viva na nossa mente e não foi encerrada – já que o inquérito ainda não foi concluído. Mais ainda, foi sofrendo reviravoltas, como mostra a série documental Flordelis: Questiona ou Adora, que estreou  nesta sexta no Globoplay os dois primeiros episódios: Gênesis e Salmo. No total serão seis, disponibilizados às sextas-feiras.

A narrativa tem mesmo um quê de mistério religioso e os adjetivos usados pelas fontes para descrever Flordelis vão de irretocável a feiticeira. Com direito a elogios públicos de celebridades como Ana Maria Braga e Glória Maria. Mas realmente é difícil não se impressionar com a mulher pobre e favelada que se dedicou a ajudar ao próximo através de ações sociais que a levaram  da igreja para o Congresso Nacional, sempre acompanhada do marido – que segundo a série tinha um crachá para livre trânsito em Brasília.  

“Essa é a história de uma tragédia brasileira: uma história dramática, de paixões, tensão permanente e um final infeliz. Para além do nosso mergulho na investigação do crime, a série trata dos meandros dessa família em uma linha do tempo que perdurou por trinta anos. Como tudo isso começou? De onde essas pessoas vêm?” afirma a roteirista e diretora Mariana Jaspe. 

A ideia, diz Mariana, foi ouvir os principais lados da história e não criar uma teoria. Incluindo filhos, que deram depoimentos à produção e testemunharam como era a vida “feliz” em família e  como tudo virou de cabeça pra baixo. Ou pessoas que acompanham a história do casal, que se conheceu na favela carioca do Jacarezinho e logo se apaixonou. Anderson largou tudo para ajudar Flordelis em sua missão de resgatar e ajudar crianças pobres.

Juntos, criaram o Ministério Flordelis, igreja que virou plataforma política. Viajaram pelo mundo e celebraram a eleição da deputada com 200 mil votos em 2018. Mas a narrativa dela de que o casal estava bem e feliz (com direito a declaração de amor na praia na noite do crime) foi logo contestada pela polícia. Mal o enterro tinha acabado e o filho natural de Flor, Flávio, saiu algemado do local. 

Fim de Semana

Panorama homenageia cineasta Geraldo Sarno 

Uma das mostras especiais do Panorama Internacional Coisa de Cinema – que acontece até quarta no Cine Metha Glauber Rocha – homenageia o cineasta Geraldo Sarno, que morreu em fevereiro passado. Neste sábado, às 16h45, serão exibidos o clássico Viramundo, de 1965, seguido de Sertânia (2018), seu último e elogiado longa-metragem. No domingo, a partir das 13h30, é a vez de Coronel Delmiro Gouveia (1978). Também neste dia, será lançado em Salvador o documentário Môa, Raiz Afro Mãe, de  Gustavo Mcnair, sobre a trajetória do mestre Moa do Katendê, às 14h45, com debate após a sessão. Veja a programação em panorama.coisadecinema.com.br.

geraldo sarno
O ator Vertin Moura protagoniza Sertânia, último filme de Geraldo Sarno (Foto: Divulgação)

Flipelô agita centro Histórico

Um das boas pedidas do fim de semana é dar uma chegada no Centro Histórico  para conferir uma das atividades da Festa Literária do Pelourinho – a Flipelô. A programação começa a partir das 9h e tem atividades variadas, como contação infantil na Arena do Sesc Pelourinho  e rota gastronômica inspirada nos personagens de Jorge Amado. Uma das mesas de destaque deste sábado  (5) acontece na Casa das Editoras Baianas, às 10h30 e destaca dos 50 anos de literatura do baiano Antônio Torres, que estará presente e conversa com os escritores Aleilton Fonseca  e Gerana Damulakis. Já a Casa Castro Alves recebe o espetáculo teatral O Compadre de Ogum, neste sábado e domingo, às 20h. Com texto e direção de Edvard Passos, a montagem é inspirada na novela homônima de Jorge Amado, grande homenageado desta edição da Flipelô. A programação é gratuita e pode ser conferida em www.flipelo.com.br. 

Flica tem programação intensa em Cachoeira

Para quem pode pegar a estrada, vale o passeio a Cachoeira, para conferir os dois últimos dias da Flica, que nesta edição debate a participação popular – sobretudo negra e indígena – mos movimentos de independência do país. Na programação deste sábado (5), o destaque vai para as mesas da Tenda Paraguaçu, que terá quatro rodadas, a partir das 9h50, discutindo temas como ancestralidade e a briga por outras narrativas. Entre os participantes estão o ator Sulivã Bispo, as intelectuais negras Bárbara Carine e Carla Akotirene e a escritora trans Amara Moira. Quem for com criança pode acompanhar a programação do espaço Fliquinha, que tem uma série de atividades, incluindo bate-papo e sessão de autógrafos com o jornalista Ricardo Ismahel, que lança o livro A Princesa de Olho Preguiçoso. As atrações musicais são Orquestra Feminina do Recôncavo, Orquestra Reggae de Cachoeira e Sued Nunes (sábado, a partir das 19h) e Ilê Aiyê (domingo, 12h) .  
 

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