Empresariado teme controle político da pasta de Meio Ambiente no governo Jerônimo

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Empresários de diversos segmentos que dependem de licenças ambientais para manter negócios em atividades ou ampliar investimentos não escondem os altos níveis de preocupação com o eventual aparelhamento político da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), em detrimento de quadros de perfil mais técnico. A tensão surgiu a reboque das especulações sobre os nomes cotados para o comando da pasta no futuro governo de Jerônimo Rodrigues (PT), em modelo de porteira fechada. Ou seja, com autonomia para escolher quem ficará à frente de órgãos e departamentos que integram a espinha dorsal da Sema, especialmente o Inema, instituto responsável pelos licenciamentos ambientais e outorgas para uso de recursos hídricos.

Ficha pregressa 
O páreo da Sema tem o deputado federal Bacelar (PV) entre os favoritos, mas o parlamentar é visto com ressalvas pelo empresariado. À Satélite, líderes do setor classificaram Bacelar como um político acostumado a utilizar a máquina pública para manter o projeto pessoal de poder.

Por trás do nome
Ventilado como concorrente direto de Bacelar para a pasta de Meio Ambiente no novo governo, o vereador Henrique Carballal (PDT) desagradou ainda mais empresários influentes do estado. Sobretudo, no agronegócio e na indústria. A rejeição a Carballal, de acordo com fontes ouvidas pela coluna, tem origem nos supostos padrinhos do vereador. No caso, investidores de peso interessados em destravar negócios cujas licenças esbarram em dispositivos legais.  Ao mesmo tempo, tanto Bacelar quanto Carballal são considerados políticos sem qualquer conhecimento sobre o complexo sistema de legislação ambiental.

Blindagem renovada
Representantes de segmentos empresariais com forte presença na economia do estado costuram uma ofensiva para tentar convencer a cúpula do Palácio de Ondina a deixar a Sema fora do controle exclusivamente político. O argumento é de que, ao longo de 16 anos de governo petista, Jaques Wagner e Rui Costa conseguiram manter o caráter técnico em setores delicados da pasta de Meio Ambiente, mesmo quando nomearam indicados por partidos da base aliada ao governo do estado.

Sem jabuti…
Embora ainda tenha uma sessão prevista para 30 de dezembro, exigência determinada pelo regimento interno, a Assembleia Legislativa não servirá para aprovar jabutis votados no apagar da luzes de um governo, artimanha comum na política brasileira. O presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), garantiu que a sessão será aberta e fechada rapidamente, apenas para cumprir as exigências previstas em lei.

…Como em 2014
Nos instantes finais do segundo mandato do hoje senador Jaques Wagner como chefe do Executivo, a Assembleia aprovou, em 30 de dezembro de 2014, uma lei que garantia motorista e segurança vitalícios para ex-governadores. A mordomia foi sancionada por Wagner no último dia no cargo, mas acabou caindo no Supremo.

Trata-se da defesa intransigente das receitas das cidades. O que se arrecada em Salvador deve ser investido na nossa capital. Perdas não podem ser admitidas. Temos muito a fazer, e não podemos parar Giovanna Victer, secretária da Fazenda de Salvador, ao defender recursos municipais ontem, durante encontro da Frente Nacional dos Prefeitos

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