Marina critica “boiadas” de Bolsonaro e promete combate às mudanças climáticas

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A deputada federal Marina Silva (Rede) assumiu, na tarde desta quarta-feira (4/1), o comando do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Governo Lula. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto. De volta ao comando da pasta, Marina criticou medidas do governo anterior, citou as “boiadas” que passaram sobre o setor na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e falou sobre os desafios da sua nova gestão e o fortalecimento dos órgãos de fiscalização.

“Boiadas passaram por lugares onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”, destacou ela em parte do pronunciamento.

É a segunda vez que Marina é ministra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A primeira vez foi há 15 anos, entre 2003 e 2008, quando também chefiou a pasta ambiental do petista.

Em seu discurso de posse, Marina Silva afirmou que o Brasil irá voltar ao cenário internacional ambiental e restabelecer as políticas de combate às mudanças climáticas

Com a promessa de criação de um conselho de mudanças climáticas, Marina promete que a pasta irá “propor as funções e metas setoriais de mitigação e adaptação às mudanças do clima, supervisionar o trabalho sobre mudança do clima” durante o governo Lula.

Marina Silva assume Meio Ambiente em condições distintas às de 2003

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Marina Silva, ministra do Meio Ambiente Igo Estrela/Metrópoles

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Cerimônia de posse reúne ministros do novo governo Igo Estrela/Metrópoles

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Marina Silva já esteve no cargo em governo anterior do presidente Lula Igo Estrela/Metrópoles

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Ministra foi ovacionada ao chegar Igo Estrela/Metrópoles

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Marina Silva reassume o Ministério do Meio Ambiente nesta quarta-feira (4/1)Igo Estrela/Metrópoles

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Evento ocorre no Palácio do PlanaltoIgo Estrela/Metrópoles

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Sede do governo federal lotou com o eventoIgo Estrela/Metrópoles

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Longa fila se formou do lado de fora do Palácio do PlanaltoIgo Estrela/Metrópoles

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Expectadores aguardam início da cerimôniaIgo Estrela/Metrópoles

DesafiosA nova gestão tem como um de seus principais desafios desacelerar o desmatamento ilegal e recolocar o Brasil como referência na agenda ambiental internacional.

Entre os entraves postos pela gestão Bolsonaro – que foi duramente criticada pela forma que conduziu a questão do desmatamento na Amazônia –, está a falta de diálogo entre as autoridades ambientais brasileiras com líderes mundiais. Um dos principais atritos entre o ex-chefe do Executivo brasileiro aconteceu contra o presidente da França, Emmanuel Macron.

Em 2021, o presidente francês associou a produção de soja brasileira com o desmatamento no país. “Continuar a depender da soja brasileira seria endossar o desmatamento da Amazônia. Somos consistentes com as nossas ambições ecológicas, lutamos para produzir soja na Europa”, disse na ocasião

Em contrapartida, o então presidente brasileiro afirmou que Macron dá “pitaco” na política ambiental. “Não conhece nem seu país, fica dando pitaco aqui no Brasil. Essa é a politicalha deles”, retrucou Bolsonaro.

Com isso, a ministra deverá recolocar o Brasil como um líder mundial no combate às mudanças climáticas e restabelecer a relação do país com financiadores de iniciativas como o Fundo Amazônia para ampliar a capacidade brasileira de proteção do meio ambiente.

Fundo AmazôniaCriado em 2008 durante a segunda gestão do governo Lula, o Fundo Amazônia tem como objetivo financiar iniciativas que busquem resultados de REDD+, redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal.

Com financiamento da Alemanha, Noruega e ações da Petrobras, o Fundo Amazônia está paralisado desde 2019 quando o ex-presidente Bolsonaro encerrou os trabalhos do Comitê Orientador (COFA) e do Comitê Técnico (CTFA), bases dos investimentos.

Com a volta do presidente Lula ao poder, a ministra Marina Silva anunciou que voltará com o Fundo Amazônia para que o próximo governo tenha “aporte de recursos fortalecendo os órgãos de gestão, como é o caso do ICMBio, os órgãos de fiscalização, Ibama, e os órgãos de monitoramento, como o Inpe”.

PerfilNascida em Rio Branco, no Acre, Maria Osmarina Silva Vaz de Lima tem 64 anos. Filha do seringueiro Pedro Augusto da Silva e Maria Augusta da Silva, ela teve uma criação humilde e trabalhou como seringueira ao lado da família para conquistar o sustento de casa.

Historiadora, foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre, ao lado do seringueiro Chico Mendes. Ela também possui pós-graduação em Teoria Psicanalítica pela Universidade de Brasília (UnB) e em Psicopedagogia pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Com uma longa carreira na política, ela já foi vereadora de Rio Branco, deputada estadual e senadora pelo Acre. Entre 2003 e 2008, foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula.

Em 2010, Marina concorreu à Presidência como candidata do Partido Verde. Na ocasião, recebeu 19,6 milhões de votos e ficou em terceiro lugar. Em 2014, quando também disputou o Palácio do Planalto, dessa vez pelo PSB, recebeu 22,1 milhões de votos, repetindo o terceiro lugar.

Em 2018, ela concorreu à Presidência pelo partido Rede Sustentabilidade e acumulou 1 milhão de votos. Nas eleições do ano passado, foi eleita deputada federal por São Paulo, cargo que terá de se licenciar agora que assumiu o posto de ministra de Estado.

Apesar das desavenças enfrentadas quando integrou o governo Lula pela primeira vez, Marina Silva foi um importante nome para a eleição de Lula em 2022. Como um nome prestigiado na questão climática, a ministra do Meio Ambiente participou ativamente de comícios e reuniões com a equipe do petista.

Em 2008, quando deixou o primeiro escalão de Lula, houve desentendimento entre o então presidente e o Partido dos Trabalhadores. Com histórico de discordâncias entre questões importantes para proteção do meio ambiente, como a concessão de licenças para obras e o Plano Amazônia Sustentável (PAS), a ministra foi colocada como um entrave para o desenvolvimento econômico no país por apoiadores do petista na época.

PremiaçõesEntre as premiações com maior destaque estão Medalha Duque de Edimburgo entregue pelo príncipe Philip da Inglaterra, no Palácio de Saint James, em Londres, pelo seu trabalho em defesa da Amazônia.

Além disso, a ministra recebeu o prêmio Champions of the Earth, da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo seu trabalho na defesa do meio ambiente.

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