Americanas indica presidente interino em meio à crise gerada por rombo fiscal

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Mudança na gestão ocorre depois da descoberta de uma “inconsistência” contábil de R$ 20 bilhões na gestão financeira da varejista

CRIS FAGA/ESTADÃO CONTEÚDO

Americanas

A CVM abriu três processos administrativo para apurar as condutas relacionadas à falha contábil de R$ 20 bilhões

Em meio à crise gerada após a descoberta de rombo de R$ 20 bilhões no balanço da empresa, a Americanas anunciou a entrada de um novo presidente. João Guerra Duarte Neto foi escolhido como CEO interino pelo conselho de administração da varejista. Além disso, ele irá comandar a área de Relações com Investidores. Anteriormente, ele ocupava a posição de diretor de recursos humanos. De acordo com a empresa, trata-se de um “executivo com ampla trajeto?ria na companhia nas a?reas de tecnologia e recursos humanos, e na?o envolvido anteriormente na gesta?o conta?bil ou financeira”. O antigo CEO da Americanas, Sérgio Rial, deixou o comando da varejista na quarta-feira, 11, após 10 dias no cargo. Além dele, o então diretor de relações com investidores, André Covre, que também tomou posse em 2 de janeiro, pediu demissão. Na quinta-feira, 12, a Americanas viu o valor de suas ações despencar mais de 77% no Ibovespa. Os papéis da companhia passaram a valer R$ 2,74. A crise veio após a empresa declarar uma “inconsistência” contábil no balanço da companhia de R$ 20 bilhões. O montante que seria de uma dívida bancária foi alocado em outra parte dos relatórios financeiros. Com isso, analistas ficaram temorosos com a possibilidade de que o endividamento da companhia seja superior ao declarado.

Em relação as inconsistências contábeis, a Americanas informou que vai criar um comitê independente “para apurar as circunsta?ncias que ocasionaram as referidas inconsiste?ncias conta?beis, que tera? os poderes necessa?rios para a conduc?a?o de seus trabalhos”. A empresa disse que as inconsistências foram localizadas “em lanc?amentos conta?beis redutores da conta fornecedores realizados em exerci?cios anteriores”. O valor de R$ 20 bilhões, que classificou de preliminar, seria referente ao fechamento do terceiro trimestre de 2022. Além disso, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) notificou a Americanas a prestar esclarecimentos sobre a crise pela qual a empresa passa. Em nota divulgada, o órgão esclareceu que a companhia deve justificar se os clientes irão ser prejudicados com o rombo de R$ 20 bilhões descoberto no balanço financeiro. O Grupo Americanas tem até o dia 17, terça-feira da próxima semana, para divulgar se as compras feitas nas lojas serão afetadas, além de pontuar o número de pessoas afetadas e justificar se as denúncias dos últimos três meses em relação no Procon estão relacionadas com o escândalo bilionário.

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