São Paulo – Considerado cota do “bolsonarismo raiz” no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), tem seguido o exemplo do governador e feito afagos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), maior algoz dos bolsonaristas.
Em conversas com aliados do ministro em São Paulo, Derrite tem defendido uma relação harmoniosa com Moraes e já até convidou o magistrado para visitá-lo na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no centro da capital, em alguma das viagens dele à sua cidade natal.
Moraes já foi secretário da Segurança paulista, entre 2015 e 2016, durante uma das gestões de Geraldo Alckmin (PSB). A relação dele com o atual vice-presidente da República é uma das munições usadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para alvejar o ministro do STF.
A escolha de Derrite para comandar a pasta no governo Tarcísio desagradou o grupo político de Moraes, que ainda tem influência na Segurança paulista. Capitão da Polícia Militar até ser eleito deputado federal em 2018, o novo secretário é considerado um bolsonarista linha-duro.
Logo após a indicação de Derrite, em dezembro passado, Tarcísio teve um primeiro encontro com Moraes no apartamento do ministro, em São Paulo, como revelou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles. Dias depois, os dois foram flagrados aos risos durante a posse de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
Derrite não chegou a tanto, mas tem deixado boa impressão a aliados de Moraes nas últimas semanas dizendo que, uma vez no governo, agirá como secretário de Estado, e não como deputado bolsonarista, insuflando apoiadores com discursos radicais.
Uma mostra disso, segundo aliados de Moraes, foi a guinada no discurso contra as câmeras corporais da PM, que ele prometeu rever — assim como Tarcísio durante a campanha — , mas depois voltou atrás e disse que vai ampliar o programa que ajudou a reduzir em 40% a letalidade policial.
Facebook Comments