TAGS

Mais de 100 mil fogem do Sudão e conflito preocupa países vizinhos

Publicado em

spot_img
Tempo estimado de leitura: 3 minutos

sudao7

Mais de 100 mil pessoas fugiram do Sudão para países vizinhos como Egito, Chade e República Centro-africana em razão dos combates entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) nesta terça-feira, 2.

Segundo o órgão da ONU, mais de 800 mil pessoas podem fugir dos combates para esses países nas próximas semanas, aumentando o risco de uma crise humanitária na região. O aumento do fluxo de refugiados é especialmente preocupante no Chade e na República Centro-africana, afetados por crises políticas internas recentes.

“Situação humanitária no limite”

Em Cartum, os habitantes que não conseguiram fugir, sobrevivem em meio à falta de comida, água e eletricidade. O encarregado de assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths, alertou no domingo, 30, que a situação humanitária está chegando ao limite. O funcionário da ONU deve viajar ao Sudão nos próximos dias.

Mesmo antes do início da crise, quase 16 milhões de sudaneses não tinham o suficiente para comer e precisavam de ajuda. O Programa Mundial de Alimentos da ONU teria alcançado cerca de 2,2 milhões de pessoas diretamente com assistência alimentar em maio, apontou Shaun Hughes, consultor sênior de emergências regionais do PAM, e planejou alcançar cerca de outros 5 milhões em 2023, inclusive por meio de transferências de dinheiro, apoio a agricultores , refeições escolares ou outros programas.

O PAM anunciou que estava retomando as atividades nas áreas mais seguras do Sudão. A organização havia interrompido a operação por questões de segurança, após a morte de três funcionários. Esta ajuda é vital em um país onde um terço de seus habitantes sofria com a fome antes da guerra.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a situação sanitária do Sudão como catastrófica. Atualmente, apenas 16% dos hospitais de Cartum operam com capacidade máxima e outros foram bombardeados, ocupados por beligerantes ou carecem de pessoal ou suprimentos.

Médicos também descrevem um cenário caótico. Howaida Ahmed Al-Hassan, obstetra e ginecologista, disse que há mais de duas semanas os médicos de alguns hospitais em Cartum não conseguem trocar de roupa e dormem em cadeiras. Eles não podem ir para casa por causa da situação de segurança, disse ela, e estão sobrecarregados com a quantidade de trabalho que precisam fazer. Ela disse que a grave escassez de pessoal médico e o número crescente de feridos e doentes – tanto de conflitos quanto de doenças crônicas – criaram uma situação perigosa.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha conseguiu introduzir, no domingo, a primeira carga de ajuda desde o início do conflito, um total de oito toneladas de material, que podem ajudar a tratar “1.500 feridos”.

Cessar-fogo

Desde o início do conflito, frágeis tréguas entre os dois lados do conflito foram sistematicamente violadas. Segundo especialistas, as tréguas são importantes porque asseguram a manutenção de corredores seguros para a evacuação de estrangeiros e que as negociações, que ocorrem no exterior, continuem. Um navio humanitário americano, por exemplo conseguiu levar mais de 300 pessoas para a Arábia Saudita nesta segunda.

Um novo cessar-fogo de sete dias foi acordo para o período de 4 a 11 de maio, mas não há garantias de que ele deve ser respeitado.

Entenda o conflito

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder durante o processo de transição democrática que teve início em 2019 – após o ditador Omar al-Bashid ser derrubado -, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo (Hemedti), chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), era tido como seu número dois no comando.

O confronto é protagonizado por Burhan, que controla o Exército sudanês, e Hemedti, que lidera as forças paramilitares FAR. Eles se tornaram inimigos públicos nos últimos meses, mas se estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021.

A escalada da violência destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

image

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Procuradoria do Tribunal Penal Internacional pede a prisão do primeiro-ministro de Israel e de líderes do Hamas

A procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu a prisão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, bem como do líder do Hamas Yahya Sinwar. Os juízes do TPI devem agora avaliar os pedidos de prisão relacionados a crimes de guerra.   Além do primeiro-ministro israelense e do líder do Hamas, o ministro da Defesa de Israel

Casal é preso após roubar um veículo no bairro de Itapuã em Salvador

  Um casal foi preso em flagrante na manhã desta segunda (20), na avenida Paralela, em Salvador, após roubarem um veículo modelo Ford Ka, de cor preta, em frente a um estabelecimento comercial no bairro de Itapuã.   A apreensão foi realizada por guarnições do Batalhão de Policiamento a Furtos e Roubos de Veículos (BPFRV)/Apolo

Jovem de 18 anos é morto a tiros em via pública da Cidade Baixa, em Salvador

Um jovem de 18 anos foi morto a tiros no bairro de Vila Ruy Barbosa, na Cidade Baixa, em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu em uma via pública da localidade, na noite deste domingo. A vítima foi identificada como Rogério Morais da Silva.    A Polícia Militar, por meio de