Copom mantém Selic em 13,75% pela 7ª vez e taxa de juros alcança período mais longo sem alteração em quatro anos

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Pela sétima vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016. Este é o período mais longo no qual a taxa esteve estacionada desde junho de 2019, quando a Selic foi mantida em 6,50% por 10 reuniões, ou quase um ano. A decisão do colegiado ocorreu, nesta quarta-feira, 21, seguindo a expectativa do mercado. Os avanços econômicos conquistados desde a última reunião, como melhora nas perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e na avaliação de risco de investimento do país, e a pressão do governo não foram suficientes para convencer a autoridade monetária a baixar a Selic. Economistas já previam que o BC só iria começar o processo de queda da taxa de juros a partir de agosto. No comunicado, o grupo voltou a reforçar a necessidade de cautela na condução da política monetária e que um período prolongado de manutenção da taxa tem se mostrado eficaz para garantir a convergência da inflação.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego. A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia. O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirmou o grupo.

O comitê também pontuou que o ambiente externo se mantém adverso e que “os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, inclusive com a retomada de ciclos de elevação de juros em algumas economias, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente”. O argumento busca justificar a prolongação da alta taxa de juros adotada no país. “O conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres. O crescimento acima do esperado no primeiro trimestre refletiu principalmente o forte desempenho do setor agropecuário. Não obstante o arrefecimento recente dos índices de inflação cheia ao consumidor, antecipa-se uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre. Ademais, diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, observaram os membros do comitê.

 

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