Fotógrafo da Reuters se defende na CPMI e diz que seu trabalho dentro do Palácio do Planalto foi distorcido

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Convocado a depor na CPMI dos atos do 8 de janeiro por requerimentos de membros da oposição, o fotógrafo da agência Reuters, Adriano Machado, disse na comissão que nada fez de irregular naquele dia, e que apenas registrou a ação dos manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto. Acusado por deputados e senadores de oposição de ter forjado cenas de invasão e quebradeira, o fotojornalista disse que seu trabalho foi distorcido, e que ele não conhecia qualquer das pessoas a quem ele fotografou no 8 de janeiro. 

 

“Eu estava trabalhando e tirando fotos. Nunca vi aquelas pessoas antes e nem depois na minha vida. Me senti ameaçado e forçado a deletar aquelas fotografias e não tive alternativas. Como fotojornalista da Reuters, sou treinado para lidar com situações extremas como as que passei. Agi de forma profissional mediante as circunstâncias em que me encontrava naquele momento”, disse o fotógrafo. 

 

Em respostas dadas a questionamentos de parlamentares, o fotógrafo da Reuters disse ter visto um grupamento da Força Nacional parado no estacionamento do Ministério da Justiça. A afirmação provocou reações da bancada oposicionista, de um lado, protestando contra a entrega de imagens à CPMI de apenas duas câmeras do Ministério da Justiça, e por outro, afirmando que irão apresentar requerimentos para obter da Reuters fotos tiradas que mostram suposta inatividade da Força Nacional.

 

A convocação do fotógrafo Adriano Machado se deu por conta das imagens divulgadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que mostram momentos em que manifestantes tentam invadir a antessala do gabinete do presidente da República. Machado aparece nas imagens fotografando os manifestantes, e foi acusado por parlamentares de oposição de ter pedido aos invasores que fizessem “poses” e “simulassem” atos de vandalismo. 

 

Adriano Machado explicou que manifestantes pediram que ele deletasse fotos registradas no interior do Palácio do Planalto, e que só retribuiu um cumprimento de uma pessoa por medo de poder sofrer ameaças. 

 

“Chegaram a dizer que iam me jogar lá de cima, que se eu não saísse de lá iriam me bater. Me xingavam o tempo todo. Inclusive, teve um momento em que uma pessoa veio com esses tasers de choque para que eu descesse da rampa”, afirmou.

 

A bancada de oposição fez diversas críticas ao fotógrafo. Alguns pediram a quebra de sigilo do profissional para investigar se ele recebeu pagamento para atuar dentro do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Outros, como o deputado Marco Feliciano (PL-SP), chegou a dizer que o fotógrafo deveria ter dado voz de prisão aos invasores do Palácio. 

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