Lira diz que sigilo de votos do STF ofuscaria princípio da transparência

Publicado em

spot_img
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (5/9) que um modelo pelo qual existisse sigilo sobre os votos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), conforme propôs o presidente Lula (PT), ofuscaria o princípio de transparência da corte.

Lira evitou criticar diretamente Lula, que defendeu essa proposta nesta terça, durante transmissão ao vivo na internet.

“Difícil avaliar posição de outras pessoas, sem você ter conversado com elas sobre. Sim, o que nós estamos vendo é um posicionamento firme de muitos juristas, inclusive, e ex-ministros muito contra”, afirmou o deputado.

“Você já tem uma Suprema Corte com muita visibilidade, agora você vai ter com muita visibilidade sem saber o que estão votando. O princípio da transparência que é tão exigido no televisionamento das decisões vai ficar ofuscado. Mas longe de mim saber quais são os motivos que foram tratados para dar uma declaração como essa”, completou.

Ao defender o sigilo sobre votos de ministros do Supremo, Lula justificou que a insatisfação da população com determinadas decisões podem afetar a segurança dos magistrados da Suprema Corte.

“A sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte. Não acho que o cara precisa saber. Votou a maioria, não precisa ninguém saber. Porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou o presidente.

“Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil.”

  • Dino nega ‘convite’ para substituir Rosa Weber no STF

“Porque, do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”, completou Lula.

A fala do petista sobre o STF acontece após críticas da esquerda, inclusive do PT, ao ministro Cristiano Zanin, advogado e amigo do presidente indicado por ele para uma vaga no tribunal no primeiro semestre deste ano.

Também ocorre semanas depois de o ministro do STF Alexandre de Moraes e familiares terem sido supostamente hostilizados por um grupo de turistas brasileiros no aeroporto de Roma (Itália).

 

 

image

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

PGR arquiva notícia-crime contra Pimenta e Lewandowski por inquérito sobre fake news

A Procuradoria-Geral da República (PGR) rejeitou a notícia-crime do Partido Novo contra os ministros Paulo Pimenta (Comunicação) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) por abuso de autoridade. Os ministros requisitaram investigações sobre adversários do governo que espalharam informações falsas a respeito das enchentes no Rio Grande do Sul. Para o procurador-geral da República, Paulo

Bolsonaro tem infecção controlada e deve receber alta nesta sexta-feira

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve receber alta nesta sexta-feira (17) após internação em São Paulo desde o dia 6 de maio para tratar um diagnóstico de erisipela, infecção bacteriana que atinge a pele e pode causar inflamação, e dor abdominal. Segundo boletim divulgado pelo hospital Vila Nova Star nesta

TSE retoma na terça-feira julgamento sobre cassação de Moro

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a julgar, nesta quinta-feira (16), os recursos do PT e PL que pedem a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato, por abuso do poder econômico e outros crimes eleitorais na pré-campanha das eleições de 2022. Nesta quinta, o relator do