São Paulo – O ex-governador João Doria (sem partido) publicou um vídeo em suas redes sociais neste domingo em que diz ser “lamentável” o que chamou de “arapongagem” do adversário político Jair Bolsonaro.
As críticas se referem às investigações da Polícia Federal sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar rivais do governo durante a última gestão.
“Arapongagem é crime. Fere a Constituição brasileira, fere o direito do cidadão, violenta a liberdade”, disse.
“É triste saber que a família do presidente da República, com anuência do próprio, no último governo, exercitou a arapongagem contra adversários políticos, contra juízes, parlamentares, jornalistas, governadores e todos aqueles que se perfilaram ao lado da vacina, ao lado do justo, do correto, da honestidade e da decência.”
O ex-governador baseou sua crítica a notícias veiculadas pela TV Bandeirantes de que ele estaria entre as autoridades que teriam sido alvo do suposto esquema ilegal de espionagem na Abin, com uso de um software israelense capaz de fornecer dados de celulares de seus alvos.
Doria sai de aliado de Bolsonaro a adversário O ex-governador paulista se elegeu pelo PSDB, mas fez uma campanha apostando no antipetismo e estimulando o voto “BolsoDoria”. Contudo, Bolsonaro sempre foi reticente em embarcar em uma aliança política contra o empresário de comunicação e ambos romperam ainda no primeiro de governo de ambos.
Quando o país entrou em emergência médica, em 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19, o antagonismo entre os ambos se acentuou.
Enquanto Bolsonaro adotou uma postura negacionista sobre a necessidade de distanciamento social e desestimulou a vacinação, ele defendeu o oposto e colecionou críticas de bolsonaristas por adotar medidas para evitar aglomerações e adquirir imunizantes.
O ex-tucano tentaria disputar a Presidência contra Bolsonaro em 2o22, mas sua candidatura foi inviabilizada por adversários dentro de seu antigo partido, o PSDB. No ano passado, o ex-governador se movimentou em direção a uma reaproximação de Lula e retornou ao trabalho no setor privado.

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