Hamas pede ‘desculpas’ à população de Gaza pelo sofrimento causado pela guerra

Publicado:


gaza 1 1

Pela primeira vez em seis meses de guerra, o grupo terrorista do Hamas pediu desculpas a sua população, reconhecendo o grande sofrimento coletivo. Apesar disso, o grupo reitera o desejo de continuar o conflito para libertar o povo palestino. No pronunciamento, eles disseram que pretendem prosseguir com medidas para controlar os preços dos alimentos e de bens essenciais durante esse período e também resolver questões relacionadas ao desalojamento de pessoas que vieram do norte para o sul do território. Toda ação do Hamas está praticamente finalizada na maioria das principais cidades. Durante o Jornal da Manhã desta segunda-feira (1), Natália Fingermann, professora de Relações Internacionais do IBMEC, opinou sobre o pedido de desculpas: “É uma forma do Hamas continuar a manter uma certa credibilidade junto a população, logicamente ele perdeu credibilidade com o ataque de 7 de outubro, que acabou desencadeando um conflito em uma proporção que eles não previam. Isso faz com que, hoje, eles não tenham legitimidade com a população. Então eles estão tentando politicamente reverter esse cenário para, logicamente, se manterem a longo prazo como um poder representativo do povo da Palestina”.

cta_logo_jp

A especialista entende que o pedido de cessar-fogo da ONU não tem um efeito prático. “O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não quer parar a guerra. Infelizmente vivemos um caso que há carência na liderança, diferentemente do cenário que vimos na Segunda Guerra Mundial, onde tivemos lideranças importantes que tomaram a frente. Entretanto, há mecanismos na estrutura internacional que poderiam ser utilizados para pressionar Israel. Como sanções econômicas e a criação de bloqueios para governo do Israel”, apontou a professora.

A saída de Netanyahu, segundo Fingermann, não é uma solução. “É muito difícil a gente pensar em uma troca de governo no meio de um conflito internacional. Netanyahu tem total consciência e concepção disso e sabe que esse ponto de vista favorece a sua permanência no governo. Embora você tenha uma pressão da população, dentro do governo, realizar a troca do primeiro-ministro acaba gerando a troca de todos os ministros que estão no governo com ele. E tudo isso em um cenário de instabilidade.” Milhares de israelenses continuam protestando em Jerusalém, desde a noite do domingo (31), pedindo a renúncia de Netanyahu.

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Washington processa Trump por envio de tropas federais à capital

A cidade de Washington moveu uma ação judicial contra o presidente Donald Trump e membros de seu governo pelo envio de tropas federais...

Israel justifica demolições na Cidade de Gaza como algo ‘que acontece em guerras’

As Forças de Defesa de Israel (IDF) se manifestaram na quinta-feira (4) sobre as demolições em larga escala nos bairros de Zaitun e...

Portugal identifica cinco portugueses, dois coreanos e um suíço entre os mortos em acidente com bondinho em Lisboa

O trágico acidente com o Elevador da Glória em Lisboa resultou na morte de 16 pessoas, entre elas cinco portugueses, dois...