Dono de Porsche terá de pagar R$ 2,8 mil por mês a família de vítima

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São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que está preso preventivamente por bater o seu Porsche em alta velocidade e causar a morte do motorista Ornaldo da Silva Viana, 52, pague dois salários mínimos (R$ 2,8 mil) por mês à família da vítima.

A decisão da Justiça paulista acata parcialmente um pedido liminar da família de Ornaldo, que entrou com ação para receber R$ 5 milhões de indenização e solicitou que o dono do Porsche pagasse cinco salários por mês enquanto o processo não tiver sentença.

A liminar da família também contava com aval do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Na manifestação, no entanto, o promotor Fernando Bolque foi favorável ao pagamento de um valor inferior ao solicitado, de três salários, uma vez que a família não havia demonstrado que Ornaldo recebia a remuneração maior como motorista de aplicativo.

Na ação, a família solicita que o pagamento seja feito à viúva de Ornaldo e a uma das filhas dele, que é menor de idade, de 13 anos. Os depósitos devem ser feitos até o processo ter uma decisão final.

Prisão O dono do Porsche teve prisão preventiva determinada pela Justiça na última sexta-feira (3/5). O empresário passou o fim de semana foragido, se apresentou à Polícia Civil na segunda (6/5) e aguarda transferência para o Presídio 2 de Tremembé, no interior de São Paulo.

Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O motorista de aplicativo dirigia um Renault Sandero morreu logo após a colisão. A outra vítima é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, carona no Porsche — fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço.

Apresentando sinais de embriaguez, Fernando Filho recebeu permissão dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os policiais também são alvos de investigação.

Câmeras de monitoramento flagraram o empresário dirigindo o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade (veja acima) quando bateu na traseira do carro de Ornaldo.

Investigação Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, mais de 36 horas após o acidente, o empresário disse que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.

À polícia, o amigo que estava no Porsche disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcóolica antes, contrariando o depoimento do empresário.

Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinques, e depois a uma casa de pôquer, com open bar.

A análise das imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência mostra o momento em que Fernando Filho é liberado do local do acidente junto com a mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento médico.

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