Previsto para esta sexta-feira (21/6), o anúncio do ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo como vice na chapa encabeçada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, é visto por aliados de Nunes e por bolsonaristas simpáticos a ele como a agulha que vai estourar o que chamam de “bolha Marçal”.
Na referência ao coach Pablo Marçal, pré-candidato do PRTB que ameaça roubar votos de Nunes entre os eleitores conservadores paulistanos, o entorno do prefeito mantém a expectativa de que, com uma figura notoriamente bolsonarista ao lado do emedebista, Marçal encolha nas próximas pesquisas.
A confirmação de Mello Araújo como companheiro de chapa de Nunes, conforme noticiou a jornalista Mônica Bergamo, será feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, nesta sexta.
O ex-coronel da Rota foi indicado por Jair Bolsonaro para o posto, mas sofria resistências entre aliados do prefeito justamente pelo perfil excessivamente bolsonarista. Nunes preferia um vice que ajudasse a posicioná-lo ao centro, mas a entrada de Marçal na corrida paulistana mudou e apressou os planos do candidato à reeleição.
Como mostrou a coluna, entre aliados do maior adversário de Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, e membros do PSDB, o estreitamento da aliança do emedebista com a direita e a continuidade de Marçal no tabuleiro serão um jogo de perde-perde para Nunes. Por esse raciocínio, ele atrairia a rejeição a Bolsonaro na cidade e abriria mão de uma narrativa mais moderada, enquanto não levaria de porteira fechada os votos bolsonaristas.
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