Defesa de Cláudio Castro critica investigação da PF e pede anulação de indiciamento

Publicado:

A defesa do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), apresentou uma solicitação no STJ (Superior Tribunal de Justiça) buscando invalidar o indiciamento feito pela Polícia Federal.

O indiciamento de Castro foi decorrente de suspeitas de corrupção passiva e peculato. A investigação foi conduzida sobre possíveis desvios de recursos de programas do estado.

O inquérito foi finalizado no final de junho e encaminhado ao STJ, instância responsável por analisar casos envolvendo governadores. A decisão sobre aceitar o indiciamento e denunciar Castro caberá à PGR (Procuradoria-Geral da República).

O documento da defesa, assinado pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Borragine, Luís Felipe D’Alóia, Bruna Luppi Moraes e André Bialski, foi enviado na terça-feira (30) ao STJ. Nele, é alegado que o inquérito foi finalizado sem que Castro tivesse a oportunidade de prestar depoimento, violando uma norma da própria PF que determina a realização de oitivas antes dos indiciamentos.

A petição dos advogados salienta a falta de comunicação sobre o encerramento das investigações e o indiciamento, destacando a ausência de notificação prévia à defesa.

A defesa argumenta que a decisão da PF de não ouvir Castro evidencia um viés arbitrário e político nas investigações. Os advogados mencionam um depoimento do ministro Juscelino Filho à PF, em maio, defendendo que Castro também deveria ter sido ouvido.

No documento, os representantes do governador afirmam ser “sintomático” que a PF tenha adotado procedimentos distintos, “contra um governador de estado de oposição”, em comparação com um ministro.

A PF concluiu em junho que Juscelino Filho, filiado ao União Brasil, cometeu crime de corrupção passiva relacionado a desvios de recursos de obras custeadas pela estatal federal Codevasf.

Em relação ao governador, a investigação da PF apurou desvios de verbas de programas sociais no Rio de Janeiro entre 2017 e 2020, período que coincide com os mandatos de vereador e vice-governador de Castro.

A defesa alega que o inquérito foi baseado em colaboração premiada de um criminoso confesso, firmada de forma obscura e à margem da lei. Os advogados também criticam o suposto vazamento do indiciamento para a imprensa.

A defesa solicita a anulação do indiciamento, a substituição do delegado responsável pelo caso e a abertura de um procedimento para investigar o vazamento do inquérito.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Farra do INSS: Metrópoles vence maior prêmio de jornalismo investigativo da América Latina

A série de reportagens intitulada Farra do INSS, do Metrópoles, foi laureada na noite desta sexta-feira (7/11) com o Prêmio Latino-Americano de Jornalismo...

Abel e Filipe Luis são indicados ao prêmio de Melhor Técnico no IFFHS

Os treinadores Abel Ferreira, do Palmeiras, e Filipe Luís, do Flamengo, receberam um importante reconhecimento internacional. Os dois foram incluídos na lista de...

DF terá reforço nas linhas de ônibus neste domingo, durante o Enem

Os candidatos que farão a prova do Exame Nacional do Ensino...