K-Pop ganha sotaque brasilieiro graça a intercâmbio cultural

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A distância geográfica e as diferenças culturais poderiam sugerir que o encontro entre o Brasil e a Coreia do Sul fosse improvável. No entanto, os brasileiros têm desempenhado um papel significativo na onda Hallyu, que representa um movimento de influência cultural sul-coreana como um poder suave. Dentro do universo do k-pop, gênero musical pop sul-coreano, artistas brasileiros têm enriquecido a arte com nuances que mesclam essas duas culturas aparentemente distintas.

“Acredito que as duas culturas, tanto a brasileira quanto a sul-coreana, podem se enriquecer mutuamente”, comenta o rapper coreano-brasileiro Vapo, nome artístico de Heo Wonhyuk, também conhecido como Bruninho.

“Estrela de Belém, Nataleneun chongsori [Som dos tiros em Natal] (…) Beurajireseo wasseoyo [Eu vim do Brasil]”, canta Vapo em “Meu Tempo”, sua música de maior sucesso, que conta com mais de 4 milhões de reproduções no Spotify.

Esse músico não está sozinho nessa jornada. O cantor solo Woodz, nome artístico de Cho Seungyoun, mudou-se para São Paulo durante a adolescência e jogou nas categorias de base do Corinthians, sendo conhecido na época como “Luizinho”. Posteriormente, voltou para a Coreia do Sul com o intuito de seguir carreira como cantor. Outro exemplo é HeeJin, ex-membro do grupo LOONA e atual integrante do ARTMS, que viveu no Brasil por um mês.

Também há artistas que nasceram no Brasil e se dedicaram ao K-pop. A paraense Larissa Ayumi, conhecida como Leia, foi a primeira brasileira a integrar um grupo de K-pop: o Blackswan. Após a saída de Leia, o grupo permaneceu firme em sua aposta e convidou a catarinense Gabi Dalcin para participar.

Nos bastidores, a presença brasileira também se destaca. A cantora e compositora mineira Isa Guerra já compôs músicas para diversos artistas de K-pop, como Kep1er, &TEAM, TripleS, Kwon Eunbi, Weeekly e HeeJin.

Anitta também se envolveu no intercâmbio Brasil-Ásia ao colaborar com o grupo de K-pop TXT na música “Back For More”, que incorpora elementos de funk na parte brasileira. Essa parceria foi apresentada no Video Music Awards em 2023. Curiosamente, o pai de um dos integrantes, Huening Kai, nasceu no Brasil, embora tenha se mudado para os Estados Unidos na infância, o que lhe permite conhecer algumas palavras em português.

Leia e Gabi, duas brasileiras, encantam o cenário do k-pop com sua presença marcante. A dupla tem conquistado fãs ao redor do mundo com sua música vibrante e performances cativantes. Sua participação no universo do k-pop tem sido celebrada pela comunidade internacional, expandindo ainda mais a influência do gênero.

Woodz, um artista do k-pop, foi visto recentemente vestindo a camisa do Corinthians, um dos times mais renomados do futebol brasileiro. O gesto de apoio de Woodz ao clube brasileiro gerou grande repercussão nas redes sociais, unindo dois universos distintos, o do k-pop e o do futebol, de forma inusitada e interessante.

Anitta, conhecida cantora brasileira, surpreendeu seus fãs ao lançar uma música em parceria com o grupo de k-pop TXT. A colaboração inesperada levou os fãs de ambas as partes à loucura, demonstrando a diversidade e o alcance global da música pop contemporânea.

Vapo, também conhecido como Bruninho, esteve em destaque recentemente durante um show no Brasil. Sua performance energética e carismática conquistou o público presente, consolidando ainda mais sua posição como um dos artistas mais promissores do cenário k-pop atual. Seu talento e carisma continuam a cativar fãs ao redor do mundo.

Woodz, mais uma vez, chamou a atenção ao ser visto na base do Corinthians, mostrando seu apoio ao clube brasileiro. A presença do artista sul-coreano nas dependências do time gerou entusiasmo entre os torcedores e fãs do k-pop, fortalecendo os laços entre os dois universos culturais e musicais.

Nas últimas décadas, a interação entre o k-pop e outras manifestações culturais, como o futebol e a música brasileira, tem se intensificado. Essa troca cultural tem enriquecido o cenário musical global, proporcionando novas experiências e conexões entre artistas e fãs de diferentes partes do mundo. A diversidade e criatividade presentes nesse intercâmbio cultural demonstram a força e o impacto do k-pop na cena musical contemporânea.

Brasil no cenário do k-pop

Aos 4 anos de idade, o artista conhecido como Vapo deixou a Coreia do Sul para se estabelecer no Brasil com seus pais. Dessa forma, ele cresceu imerso na cultura brasileira e somente retornou ao seu país natal em 2020, durante um período marcado pela pandemia. Foi nesse momento que sua carreira musical teve início.

Vapo descreve a experiência de crescer entre as culturas brasileira e sul-coreana como algo verdadeiramente singular. Ele enfatiza: “A jornada de aprender, absorver, adaptar-se e evoluir em meio a essas culturas tão distintas, como a do Brasil e da Coreia do Sul, é algo pelo qual sou imensamente grato”, comenta o artista.

O músico acredita que todas as vivências impactam diretamente em sua expressão artística. Segundo ele: “As experiências que tive nesses dois países, desde a cultura e história de cada um até os estilos musicais e culturais, tudo isso acaba influenciando minhas criações artísticas”.

Ele destaca uma diferença em relação ao medo de errar entre o Brasil e a Coreia do Sul, dizendo: “Acredito que, seja na música, no futebol, ou em outra área, as pessoas no Brasil não temem cometer erros. Aqui na Coreia do Sul, muitos estão mais preocupados com o que os outros pensam do que consigo mesmos, o que poderia enriquecer ainda mais a cena cultural”, complementa Vapo.

O rapper conquistou a admiração do público no reality show sul-coreano High School Rapper 4 (HSR4) e ficou conhecido pelo bordão “só vapo”, que inspirou seu nome artístico.

Em 2020, ele lançou seu primeiro álbum intitulado X, que apresenta músicas com uma mistura de coreano, português e inglês. Em “Automatic”, ele canta “Vapo do céu faz dindin” e em “LoveSick” ele diz “Câmera, mete o flash e faz zoom zoom”.

@ppewgg 🇧🇷So Vapo 🤭 Heo Wongyuk #hsr4 #heowonhyuk ♬ Easy – Stray Kids

Atualmente, Vapo se considera brasileiro de coração. Ele declara: “Nasci na Coreia do Sul, mas passei quase toda a minha vida no Brasil. Minhas raízes são brasileiras. Amo ambos os países com todo o meu ser”, afirma o cantor.

“Sou extremamente grato por poder representar esses dois lugares. Farei o possível para contribuir com o crescimento da cena musical, tanto no Brasil quanto na Coreia, e mostrar a todos que perseguem seus sonhos que um dia alcançarão a vitória”, conclui Vapo.

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