Estudantes se reuniram em frente ao Colégio Bandeirantes, uma instituição de elite na zona sul de São Paulo, para protestar após a trágica morte de um aluno de 14 anos. O ato contou com a presença de cerca de 60 estudantes, que carregavam cartazes com mensagens como “Ele apenas queria dançar” e “Minha sexualidade não define meu valor”.
De acordo com informações da CNN, a manifestação foi organizada por estudantes de escolas particulares de São Paulo, tanto pagantes como bolsistas, e não incluiu alunos matriculados no Colégio Bandeirantes. Até o momento, a assessoria de imprensa do colégio não se manifestou em relação ao protesto ocorrido nesta segunda-feira.
A família do adolescente que faleceu na semana passada acusa a escola de omissão em relação ao bullying sofrido pelo jovem, que era negro, gay e de origem humilde. Segundo o tio do adolescente, a instituição estaria se eximindo de responsabilidade e demonstrando desinteresse pela situação que culminou na morte do estudante.
Em um áudio atribuído ao adolescente e obtido pela mídia, ele relata ter sido alvo de ataques verbais por parte de outros alunos. O Colégio Bandeirantes, em comunicado enviado ao Metrópoles, expressou profunda consternação com a perda, oferecendo apoio e solidariedade à família e amigos do jovem.
A instituição reforçou seu compromisso em promover um ambiente acolhedor, onde cada aluno se sinta valorizado, respeitado e amado. Destacou também a disponibilidade para diálogo e escuta, através de sua equipe de Orientação Educacional e diversos programas de apoio e convivência, como o BandAntirracismo e a Mediação de Conflitos, visando a proteção e bem-estar de todos os estudantes.
É fundamental contar com a conscientização e o respaldo de toda a sociedade para discutir esse assunto com respeito, empatia e responsabilidade”, declarou.
Procure auxílio
O Metrópoles adota uma política de divulgar informações sobre casos ou tentativas de suicídio em locais públicos ou que gerem comoção social, com extrema cautela, pois é um tema sensível para a população em geral. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que tais eventos não sejam amplamente divulgados, a fim de não incentivar atos semelhantes.
No entanto, o silêncio pode encobrir outro problema: a falta de conhecimento sobre os motivos reais que levam essas pessoas a tirarem suas próprias vidas. A depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas aparecem como os principais fatores identificados por profissionais de saúde em potenciais casos de suicídio – questões que poderiam ser tratadas e prevenidas em até 90% das situações, conforme dados da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Se estiver enfrentando um período difícil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) pode oferecer apoio. A organização trabalha no suporte emocional e na prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que desejam e necessitam conversar, de maneira confidencial, por meio de telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas por dia, todos os dias.
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