Pela primeira vez, o processo de liberação de óvulos pelos ovários foi registrado em tempo real em vídeo. O feito foi publicado em um artigo na revista Nature Cell Biology por uma equipe de cientistas da Sociedade Max Planck, em Munique, na Alemanha.
Os pesquisadores conseguiram observar todo o processo de ovulação em folículos de camundongos sob um microscópio com alta resolução. “Podemos distinguir três fases”, explica a diretora do Max Planck, Melina Schuh. “O folículo se expande, contrai e finalmente libera o óvulo”.
Os folículos são sacos cheios de fluidos que guardam os óvulos. Na fase fértil da mulher, de 15 a 30 óvulos amadurecem por ciclo menstrual dentro dessas estruturas. O óvulo só é liberado na trompa após o rompimento do folículo.
“Se fertilizado por um espermatozoide dentro de 24 horas da ovulação, o óvulo viaja para o útero, onde pode se implantar e se desenvolver em um embrião. Quaisquer óvulos maduros restantes são quebrados pelo corpo”, explica o artigo.
Mas todo o processo é regulado por uma complexa interação de hormônios, o que torna o real entendimento desafiador.
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Pesquisa identificou três fases da ovulação
Os cientistas descobriram que a expansão do folículo é impulsionada pela liberação de ácido hialurônico, considerada a primeira fase da ovulação. Quando a secreção era inibida pelos pesquisadores, os folículos se expandiam menos e a ovulação não ocorria.
Na segunda etapa, células musculares lisas na camada externa do folículo fazem com que o folículo se contraia. Ao inibir a contração dessas células, os folículos não se contraiam e a ovulação não avançava.
“Quando o folículo se rompe, o que acontece na terceira fase, o óvulo é liberado e a ovulação é completa”, explica Tabea Lilian Marx, também coautora. “A superfície do folículo se projeta para fora e eventualmente se rompe, liberando o fluido folicular, as células do cúmulo e, finalmente, o óvulo”.
Após a ovulação, o folículo forma uma estrutura conhecida como corpo lúteo, que produz o hormônio progesterona para preparar o útero para a implantação de um embrião. Se o óvulo não for fertilizado ou se o óvulo fertilizado não se implantar, o corpo lúteo regride após 14 dias, e um novo ciclo menstrual começa.
“Nossas descobertas mostram que a ovulação é um processo notavelmente robusto. Com nosso novo método, nós e outros pesquisadores podemos investigar mais a fundo os mecanismos da ovulação e, esperançosamente, obter novos insights para a pesquisa de fertilidade humana”, diz Schuh.
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