Senador diz que assassino de Dom e Bruno agiu após humilhação. Vídeo

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O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou, durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última quarta-feira (30/11), que o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips foi cometido como forma de vingança, por um “caboclo humilhado” por um servidor público.

“Existe uma versão dada nacionalmente, que infelizmente duas pessoas foram a óbito, em uma ação que falaram que era narcotráfico, não sei o quê, e não era nada disso. Era um caboclo que foi humilhado por um funcionário na frente dos filhos. Colocaram fogo na rede e tudo mais, e ele esperou o momento para se vingar. Infelizmente estava ele e o jornalista nesta canoa”, afirmou o senador do Amazonas.

A versão divulgada por Aziz difere das conclusões da Polícia Federal.

Veja o vídeo:

Familiares das vítimas repudiaram a fala de Omar Aziz. A declaração do senador foi dada no momento em que se discutia a liberação do porte de armas para trabalhadores de órgãos como a Funai e o ICMBio. Procurado pelo Metrópoles, ele disse que se manifestou baseado no que as pessoas falam na região e que não leu o inquérito.

Investigação contestada

A Polícia Federal (PF) informou, nesta segunda-feira (4/11), que o inquérito do caso Dom e Bruno foi concluído. A declaração do senador aconteceu poucos dias antes. Ao longo de dois anos, foram indiciados pelo menos nove executores e mandantes do crime.

Em conversa com a reportagem por telefone, Aziz pediu desculpas aos familiares das vítimas e disse que foi mal interpretado, mas contestou a versão da PF de que haveria uma organização criminosa por trás dos assassinatos.

“Por que a PF não diz qual é essa organização? O Amazonas todo [tem pesca ilegal], não é só lá. Quem assassinou o Bruno e o Dom tem que ser punido rigorosamente. Mas que, continuo dizendo para você, foi muito mais por vingança do que por envolvimento do narcotráfico”, declarou o senador.

Aziz ainda declarou que os pescadores da região em que o crime aconteceu são pobres e pescam ilegalmente para sobreviver.

De acordo com a investigação, Bruno foi morto a mando de uma organização criminosa que atuava com pesca ilegal e estava sendo prejudicada pelo servidor, que era servidor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O jornalista inglês acabou sendo morto como “queima de arquivo”, para não deixar testemunhas do crime.

O inquérito foi concluído cerca de dois meses após a substituição do delegado responsável pela investigação. Reportagem do Metrópoles, publicada em março, revelou que a apuração avançava sobre a ligação política do grupo envolvido na pesca ilegal, acusado de matar o indigenista e o jornalista.

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