O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, esteve na sede da Polícia Federal para prestar mais um depoimento. A ação ocorre no mesmo dia em que quatro militares e um policial federal foram detidos, sob a suspeita de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal conseguiu recuperar dados que haviam sido deletados de dispositivos eletrônicos de Mauro Cid, utilizando um software israelense de perícia. Segundo informações divulgadas pelo blog de Daniela Lima, do G1, o objetivo é verificar possíveis lacunas ou omissões em sua colaboração premiada, que está sendo revisada pelos investigadores.
A defesa de Cid, por meio de nota, declarou que ele “sempre esteve à disposição da Justiça e respondeu a todas as questões apresentadas”. Afirmou ainda: “Se houver algo mais a esclarecer, ele o fará prontamente”.
Esses arquivos apagados, agora acessados pela PF, atrasaram a finalização do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe organizada no Palácio do Planalto no final de 2022. Além disso, a Polícia Federal investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou ministérios e órgãos públicos para planejar uma estratégia com o objetivo de permanecer no poder e barrar a posse de Lula.
Mauro Cid firmou seu acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em setembro do ano passado, sob autorização do ministro Alexandre de Moraes. Entretanto, meses depois, ele afirmou, em áudios revelados pela revista *Veja*, que teria sido pressionado a “confirmar a narrativa” apresentada pelos investigadores.
Após essa polêmica, Cid foi novamente preso sob a acusação de tentar atrapalhar o andamento das investigações, mas acabou liberado dois meses depois. Em nova declaração ao Supremo Tribunal Federal, ele reiterou a autenticidade das informações fornecidas em sua delação e assegurou que seus depoimentos foram prestados de forma voluntária.
Vale lembrar que o acordo de colaboração exige que o delator forneça todas as informações que possui sobre o caso em apuração. Caso contrário, ele pode perder os benefícios negociados, como a redução de pena.
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