A pacata vida do dono de escritório de contabilidade Lafaiete Teixeira mudou completamente na manhã dessa terça-feira (19/11). O goiano viu seu nome envolvido em um engenhoso plano para matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que foi divulgado pela Polícia Federal.
A tramoia usou os dados de Lafaiete para cadastrar o telefone que foi usado para comandar a operação operação Punhal Verde Amarelo em 15 de dezembro de 2022.
“Estou em choque”, disse Lafaiete em entrevista ao Metrópoles. Ele contou que só descobriu que teve os dados pessoais utilizados após a divulgação da investigação da PF. “Comecei a receber ligações”, disse. “No momento, estou com medo. Não sei o que pode acontecer”, completou.
O nome de Lafaiete para o esquema, contudo, não foi aleatória. Dias antes de cadastrar um telefone, o tenente-coronel Rafael Oliveira e o verdadeiro Lafaiete Teixeira Caitano se envolveram em um acidente de trânsito a 600 metros do restaurante Sete Curvas, no município de Santo Antônio do Descoberto, Entorno do Distrito Federal.
Na época dos fatos, Rafael de Oliveira era major, mas foi promovido pelo Exército Brasileiro ao cargo de tenente-coronel em 19 de dezembro de 2023 – um ano após protagonizar o plano de matar autoridades brasileiras.
Dinâmica do acidente
Lafaiete saía de Valparaíso de Goiás com destino a Anápolis às 22h15 em 24 de novembro de 2022. A pista estava molhada após uma chuva no local e parte da via estava bloqueada porque já tinha ocorrido um acidente com carreta, que ficou presa a uma ponte. Um guincho fazia a sinalização no local.
Na mesma via, Rafael conduzia um Volkswagen modelo T Cross, com a placa RMG6A61. “O VW Tcross do Rafael estava em baixíssima velocidade passando pelo local do acidente. Foi quando eu passei pela curva e vi que o veículo T Cross estava quase parado. Não consegui frear a tempo de evitar a colisão, no momento depois do acidente conversamos e acionamos a seguradora para retirar os veículos da via”, esse trecho foi declarado por Lafaiete em um boletim de ocorrência, feito on-line, em 6 de dezembro por Lafaiete à Polícia de Civil de Goiás (PCGO).
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Em imagens, teixeiralafaiete230 é quem ordena abortar a missão
Reprodução 
Polícia entendeu que teixeiralafaiete exercia papel de comando na operação
Reprodução
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Polícia entendeu que teixeiralafaiete exercia papel de comando na operação
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Nas investigações, a Polícia Federal identificou que Rafael de Oliveira havia alugado o carro com a mesma placa no aeroporto de Goiânia. A retirada foi feita em 21 de novembro de 2022 às 16h40 e a devolução quatro dias depois – em 25 do mesmo mês.
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