Três ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal estão sendo julgados por envolvimento na morte de Genivaldo Santos, 38 anos, durante uma abordagem policial em Sergipe. O júri popular começou nesta terça-feira (26) e os réus são acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado. O julgamento, que acontece no Fórum Estadual de Estância, deve durar entre seis e dez dias.
Os policiais acusados estão presos desde outubro de 2022 e foram demitidos da PRF em agosto de 2023. O julgamento não será transmitido pela internet e será presidido pelo juiz federal Rafael Soares Souza. Cinco procuradores da República, incluindo membros do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri, participarão da sessão.
O caso ganhou destaque nacional ao revelar que Genivaldo morreu sufocado após ser trancado no porta-malas de um veículo da PRF e exposto a gás lacrimogêneo. Incluído no Observatório de Causas de Grande Repercussão, o processo é tratado com a mesma seriedade de eventos como os desastres de Mariana e Brumadinho.
Este é o primeiro Tribunal do Júri realizado na Justiça Federal de Sergipe em 21 anos. A última vez foi em 2003, quando um homem foi condenado por tentativa de homicídio contra um médico-perito do INSS.
O julgamento seguirá diversas etapas, desde a composição do Conselho de Sentença, passando pela leitura do relatório, audiência de testemunhas, até os debates de acusação e defesa, votação e sentença.
Genivaldo Santos, a vítima do crime, era descrito como uma pessoa tranquila e bom pai. Diagnosticado com esquizofrenia, ele foi morto por asfixia mecânica durante a abordagem policial. A família foi indenizada em R$ 1 milhão.
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