Parte das 200 famílias retiradas de um prédio ocupado em São Paulo permaneceu no local durante a noite, com a presença da Polícia Militar. A reintegração de posse, que deveria ser concluída na terça-feira, atrasou por falta de caminhões para remover as pessoas e seus pertences.
A coordenadora do movimento Frente de Luta por Moradia, Geni Monteiro, relatou que cerca de 50 policiais militares passaram a noite com as famílias. Ela mencionou que houve uma ordem de “ninguém entra e ninguém sai”, impedindo até mesmo a entrada de alimentos e água.
No prédio ocupado, além de adultos, há diversas crianças. Após a chegada de marmitas na terça-feira para alimentação, a entrada de alimentos foi proibida na quarta-feira.
Geni opinou que não seria necessário impedir a entrada e saída, e que a presença da polícia dentro do prédio, principalmente à noite, fez as famílias parecerem “bandidos”. Cerca de 50 famílias ainda permaneciam na ocupação naquela noite.
A coordenadora destacou que a Prefeitura de São Paulo enviou 200 marmitas, mas nem uma assistente social pôde entrar no local. A Prefeitura não se pronunciou, afirmando que a reintegração de posse é responsabilidade da Secretaria da Segurança Pública e do Judiciário.
A Defensoria Pública informou que as equipes estão disponíveis para atender as famílias que precisarem de acolhimento. O processo de remoção dos ocupantes do prédio, que teve início na terça-feira, ainda não foi concluído devido ao grande volume de pessoas e pertences.
A reintegração de posse foi marcada após um acordo firmado entre as lideranças da ocupação, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o juiz responsável. A previsão inicial era a desocupação até junho de 2024, mas o acordo não foi cumprido, resultando na ação para a reintegração.
Comentários Facebook