Palestinos enfrentam falta de água e luz ao retornarem à Faixa de Gaza

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Nas últimas 24 horas, mais de 376.000 deslocados retornaram ao norte de Gaza, segundo o escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha). Após 15 meses de bombardeios intensos, o norte da Faixa de Gaza está completamente devastado, tornando ainda mais difícil o retorno dos palestinos.

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Milhares de pessoas estão retornando ao norte do enclave e às suas casas. “Mulheres grávidas ou que amamentam, idosos, pessoas com deficiência, doentes crônicos ou que necessitam de ajuda médica urgente, além de menores desacompanhados, fazem parte dos grupos vulneráveis entre os deslocados que enfrentam essa difícil jornada a pé”, afirmou o escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha). No local, o cenário é de desolação.

“Estamos falando de 42 milhões de toneladas de escombros que precisam ser removidos. Para isso, é necessário equipamento especializado. Também há um grande risco de encontrar munições não detonadas, restos de explosivos”, explica Clémence Lagouardat, responsável pelas operações em Gaza para a ONG Oxfam, em entrevista a RFI.

No meio das ruínas, a gestão da água potável também é particularmente delicada: “Por enquanto, há alguns pontos de água funcionando”, continua ela. “E as ONGs estão tentando estabelecer caminhões-tanque e pontos de distribuição em vários locais para que as pessoas tenham acesso à água potável. Mas, neste momento, a rede não está funcionando. Ela foi muito destruída.”

Apesar disso, a ajuda humanitária consegue ser enviada. “Desde o cessar-fogo, o número de caminhões entrando no norte aumentou. São cerca de 300 por dia. Porém, ao contrário do sul, a ajuda que entra no norte é de emergência. Mas, por enquanto, todo material especializado, que poderia ajudar na reabilitação das redes de água, não pôde ainda ser enviado”, lamenta Clémence Lagouardat.

Outro grande desafio é a restauração da eletricidade, já que cerca de 80% das instalações foram destruídas.

Trégua

O acordo por um cessar-fogo na Faixa de Gaza entrou em vigor em 19 de janeiro, permitindo também a libertação de reféns e prisioneiros dos dois lados.

Imagens de segunda-feira mostram diversos habitantes de Gaza, entre homens, mulheres e crianças, caminhando, carregados de malas ou empurrando carroças, pela estrada costeira para o norte do território palestino.

Longas filas de veículos se formaram em Nuseirat, em virtude da previsão da abertura da passagem para os automóveis, o que deve acelerar ainda mais esse enorme movimento de retorno.

O movimento islamista palestino se comprometeu, na noite de domingo, libertar três reféns nesta quinta-feira, incluindo Arbel Yehud, uma civil de 29 anos, e Agam Berger, de 20 anos, sequestrada enquanto cumpria serviço militar perto de Gaza. E mais três no sábado.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicou que o Hamas entregou “uma lista com as condições de todos os reféns”.

O governo israelense disse na segunda-feira que oito dos reféns que poderiam ser libertados nas próximas semanas estão mortos,

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