Um acordo de canalhas (por Mary Zaidan) 

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A recente escolha de Donald Trump em priorizar a Venezuela como destino oficial de uma delegação americana chefiada por Richard Grenell deixou o argentino Javier Milei descontente. O apoio inesperado de Trump ao ditador Nicolás Maduro, que enfrenta a oposição de Edmundo González, ressalta a fragilidade das relações políticas na América do Sul.

Os interesses econômicos, sobretudo relacionados ao petróleo, parecem reger as decisões internacionais. A proximidade dos Estados Unidos com países como a Venezuela e o México, fundamentada em acordos comerciais vantajosos, revela a fragilidade da diplomacia diante de questões financeiras.

Enquanto Trump celebra a libertação de ativistas americanos detidos na Venezuela, Maduro assegura sua permanência no poder, mesmo questionado por práticas fraudulentas. O intercâmbio de interesses entre as nações envolvidas, apesar de contestável, reflete a realidade política e econômica da região.

A repercussão desse acordo duvidoso não afeta somente Milei, mas também outros líderes políticos da América do Sul. A postura de Trump, ao desconsiderar aliados históricos em favor de acordos que privilegiam suas políticas e interesses específicos, evidencia um cenário de instabilidade diplomática na região.

É importante observar como a América Latina se mantém em um patamar secundário nas prioridades do governo americano, o que pode influenciar diretamente nas relações bilaterais e na cooperação entre os países da região. A postura unilateral de Trump, pautada em interesses próprios e desconsiderando o equilíbrio diplomático, pode acarretar consequências imprevisíveis para a estabilidade política no continente.

Em meio a esse contexto tenso, é essencial que os líderes sulamericanos adotem posturas prudentes e estratégicas, buscando preservar os interesses nacionais sem comprometer a integridade das relações internacionais. O desafio de manter a estabilidade e a cooperação regional diante das mudanças bruscas na política internacional representa um teste significativo para a diplomacia latino-americana.

Mary Zaidan é jornalista

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