Em meio a uma disputa política na Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro expressou sua insatisfação ao perceber que deputados do PL não seguiram sua recomendação de voto em Hugo Motta (Republicanos) para a presidência da Casa Legislativa. O presidente apontou o que chama de “traições” ao analisar a votação de Marcel Van Hattem (Novo), que recebeu 33 votos.
Com apenas quatro parlamentares, o Novo viu em Van Hattem uma votação expressiva, o que levou o grupo de Bolsonaro a suspeitar que parte dos votos obtidos por ele tenham vindo de dissidências do PL. A eleição interna para o comando da Câmara se dá por meio de votação secreta.
O conflito expõe uma crescente divisão entre setores da direita que buscam diálogo com o centro e aqueles que se mostram intransigentes em relação ao Centrão. Em redes sociais, Ricardo Salles (Novo), ex-ministro do governo Bolsonaro, enfatizou: “Esses votos [de Van Hattem] realmente representam os valores da direita liberal conservadora. Votos embasados em princípios e valores sólidos”.
Em resposta, Van Hattem afirmou que a bancada do Novo na Câmara, embora pequena, crescerá até 2026, sem contar com possíveis candidaturas ao Senado. A troca de farpas ganhou novo nível quando Eduardo Bolsonaro confrontou Van Hattem de forma incisiva, apontando que a votação deste último para a presidência da Câmara em 2023 aumentou devido ao apoio de deputados do PL, e não do Novo, seu próprio partido.
A discussão expõe a dicotomia entre pragmatismo e ideologia no espectro político da direita. Enquanto Bolsonaro optou por aliar-se a candidatos centristas para garantir lugares importantes nas Casas Legislativas, outro grupo conservador, que apoiou Van Hattem, viu como inconciliável oposição ao presidente Lula e o endosso às candidaturas por ele apoiadas.
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