A investigação Overclean, que apura desvio de recursos de emendas parlamentares em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), está sendo estudada pela Polícia Federal (PF). O inquérito, também conhecido como caso do “Rei do Lixo”, está movimentando os bastidores políticos em Brasília e foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao possível envolvimento de autoridades com foro privilegiado.
A operação está investigando o direcionamento de recursos públicos e um possível esquema que resultou no desvio de R$ 1,4 bilhão em contratos superfaturados em várias cidades do interior da Bahia.
Um dos episódios mais marcantes da investigação aconteceu quando o vereador Francisco Nascimento (União-BA), primo do deputado Elmar Nascimento (União-BA), foi flagrado tentando se livrar de uma sacola contendo mais de R$ 200 mil durante uma operação de busca.
Agora, a PF está considerando solicitar ao ministro Nunes Marques, relator do caso no STF, o desmembramento da investigação. Essa ação manteria na Corte somente os aspectos relacionados a políticos com foro privilegiado, enquanto outras apurações seriam encaminhadas para a primeira instância.
A questão do relator do caso tem chamado a atenção nos bastidores do Supremo. Inicialmente, a PF havia pedido para que o ministro Flávio Dino fosse o relator, mas o pedido foi negado pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, com base em parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os ministros do STF consideram incomum a escolha de um relator pela Polícia Federal e salientam que a Corte dificilmente atenderia ao pedido, indo contra o parecer da PGR. Contudo, internamente, a PF acredita que a rejeição não prejudicará o andamento da investigação.
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