O Ministério do Interior da Turquia divulgou que 343 indivíduos foram detidos durante manifestações em diversas cidades do país, em repúdio à prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, que é apontado por corrupção, extorsão e vínculos com uma organização criminosa. Imamoglu, principal opositor do atual presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viu os protestos se espalharem por pelo menos 10 cidades, incluindo Istambul e Ancara.
Confrontos entre manifestantes e policiais irromperam nas ruas, com o uso de spray de pimenta para dispersar os participantes que empunhavam bandeiras e cartazes. O Ministério do Interior salientou que não tolerará “caos e provocação”, justificando as prisões como medidas para preservar a ordem pública.
Detalhes sobre o prefeito de Istambul
- Imamoglu é acusado de associação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como organização terrorista pelo governo turco.
- O PKK foi recentemente desarticulado, após Abdullah Öcalan, líder da organização, solicitar aos membros que abandonassem as armas.
- O prefeito já enfrenta outras duas investigações e foi impedido de concorrer na última eleição presidencial em 2023, em razão de uma condenação judicial.
- Nas últimas pesquisas de opinião, Imamoglu superou Erdogan, gerando expectativas de que ele fosse indicado pelo Partido Republicano do Povo (CHP) como candidato presidencial da oposição no próximo pleito.
Presidente da Turquia desde 2014, Erdogan alcançou o limite de dois mandatos como chefe do Executivo local, sendo necessária uma alteração na Constituição ou convocação de eleições antecipadas para eventual participação em 2028. Críticos da prisão de Imamoglu a enxergam como perseguição de cunho político, denunciando motivações partidárias por trás da detenção.
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