O renomado documentarista palestino, Hamdan Ballal, vencedor do Oscar, foi alvo de um ataque por colonos israelenses que resultou em ameaças de morte. Ballal descreveu o incidente como uma “vingança” relacionada ao seu filme premiado com o Oscar.
Segundo relatos do próprio Ballal ao jornal britânico The Guardian, os colonos contaram com a ajuda de dois soldados israelenses no ataque. Ele descreveu como os militares o agrediram violentamente com a coronha de seus rifles do lado de fora de sua residência.
Os colonos foram escoltados por soldados para a vila onde Ballal vive. O documentarista lembrou que estava concluindo a quebra do jejum diário do Ramadã em Susya, ao sul de Hebron, quando recebeu a notícia de que colonos invadiram a aldeia.
Enquanto colonos mascarados atacavam os moradores palestinos, Ballal correu para checar a segurança de sua família dentro de casa e foi perseguido pelos soldados, que dispararam tiros para o alto e o ameaçaram de morte.
Para Ballal, o ataque foi motivado por retaliação ao seu premiado filme. Durante a detenção, ele ainda relatou ter ouvido os soldados zombando dele e fazendo referências ao Oscar.
O incidente ocorreu em Susiya, na Cisjordânia, onde um grupo de 10 a 20 colonos mascarados agrediu o diretor. Depois de ser espancado, Ballal foi surpreendido pela chegada de soldados que o prenderam dentro de uma ambulância. Somente no dia seguinte sua localização foi informada à família e colegas, depois que um advogado conseguiu encontrá-lo.
Ativistas judeus-americanos testemunharam o ataque e confirmaram a violência dos colonos. Relataram danos ao veículo de Ballal e agressões físicas aos palestinos presentes.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram a prisão de quatro indivíduos, sendo três palestinos e um israelense, após um tumulto em que pedras foram arremessadas. No entanto, o destino dos detidos não foi divulgado pelas autoridades.
Uma gravação do carro de Ballal capturou o momento do ataque dos colonos, evidenciando a violência do ocorrido.
A liberação de Ballal após os espancamentos e o desfecho dessa tensa situação em Susya continuam sendo acompanhados de perto pela comunidade internacional.
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