Serviço Geológico dos EUA alerta para risco de liquefação do solo em Mianmar
Após um terremoto de magnitude 7,7 atingir o centro de Mianmar na sexta-feira (28), o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) emitiu um alerta de alto risco de liquefação do solo no país asiático. Tailândia e China também sentiram os tremores decorrentes desse evento.
O desastre já resultou na morte de 1.644 pessoas em Mianmar, com o número de vítimas fatais aumentando constantemente em meio aos esforços de resgate. O governo militar do país informou que outras 3.408 pessoas ficaram feridas e pelo menos 139 continuam desaparecidas.
A liquefação causada pelo terremoto, segundo o USGS, pode ter extensa gravidade e amplitude, afetando uma área superior a 1 mil metros quadrados e atingindo mais de 1 milhão de pessoas. Além disso, alertou-se para um risco significativo de deslizamentos.
A liquefação do solo consiste na perda de resistência de solos soltos e saturados, ocasionada por tremores de terremoto, levando o solo a se comportar mais como líquido do que sólido, explica o USGS. Essa instabilidade do solo pode ocasionar inclinação de edifícios e deformação permanente da superfície terrestre, podendo ainda resultar na expulsão de areia e água em forma de “vulcões de areia”, causando danos significativos durante terremotos.
Em casos anteriores, a liquefação causou grandes danos, como no terremoto de Niigata, em 1964, que destruiu diversos edifícios em Niigata, Japão. Além disso, o terremoto de Loma Prieta, na Califórnia, em 1989, provocou liquefação dos solos e detritos, resultando em grandes danos no distrito da Marina, em São Francisco.
Apesar dos danos causados pela liquefação, historicamente as mortes derivadas desse fenômeno foram menores em relação aos deslizamentos de terra, que também representam uma ameaça em Mianmar após o terremoto. O potencial de mais de 5 mil pessoas serem afetadas por deslizamentos de terra foi considerado significativo pelo USGS.
Diante desse cenário, a população local e as autoridades devem permanecer vigilantes e preparadas para lidar com os riscos e possíveis consequências decorrentes da liquefação do solo e dos deslizamentos, a fim de minimizar o impacto sobre a vida das pessoas e a infraestrutura do país.
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