A Polícia Federal (PF) intimou Alessandro Moretti, delegado federal e ex-número 2 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para depor no inquérito que investiga uma suposta estrutura de espionagem ilegal no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro.
Moretti deixou o cargo no início de 2024, após a operação Última Milha revelar tentativas de obstrução da investigação por parte da cúpula da Abin. Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin e superior de Moretti, também foi intimado para prestar depoimento ainda esta semana.
O ex-diretor de Inteligência da PF no governo Bolsonaro e posteriormente número 2 da Abin no governo Lula é o segundo membro da cúpula da agência durante o governo PT a ser afastado devido às ramificações da investigação da Abin Paralela.
A investigação inicial da Abin Paralela tinha como foco o uso do software First Mile para espionar jornalistas, opositores e críticos de Bolsonaro. Posteriormente, ampliou-se para investigar também o uso dessa estrutura paralela para disseminar desinformação e elaborar dossiês contra adversários políticos.
Entre os pontos que serão abordados nos depoimentos estão as suspeitas de obstrução da investigação da Abin Paralela e a operação de espionagem conduzida contra autoridades paraguaias durante as negociações de Itaipu. Um funcionário da Abin afirmou em depoimento à PF que essa operação de inteligência teve início no governo Bolsonaro, mas continuou sob a gestão de Lula com a autorização de Luiz Fernando Corrêa.
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